Home > Arquivo > 07/08 - 2005 > “Administrar-lhes os Santíssimos Sacramentos, sem emitir nenhuma palavra, mas, por assim dizer, com um suave silêncio”
VATICANO
Extraído do número 07/08 - 2005

1622. A primeira mensagem de Propaganda Fide

“Administrar-lhes os Santíssimos Sacramentos, sem emitir nenhuma palavra, mas, por assim dizer, com um suave silêncio”


Em 6 de janeiro de 1622, o papa Gregório XV instituiu a Congregação de Propaganda Fide. O novo organismo teve sua primeira reunião em 14 de janeiro seguinte. Um dia depois, foi publicada a primeira carta circular - da qual foi extraído o trecho abaixo publicado -, enviada aos núncios para avisá-los da nova fundação, e para informar, por meio deles, os soberanos, os bispos e os superiores gerais do mundo inteiro (cf. Niccolò Del Re, La Curia Romana. Lineamenti storico-giuridici, Lev, Cidade do Vaticano, 1998, p. 149).


1622. A primeira mensagem de Propaganda Fide


Ontem, portanto, para o louvor de Deus e da Beata Virgem e dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, deu-se feliz início à Congregação e ordenou-se, em conformidade também ao que S.S. mandou, que se desse conta da Congregação a todos os núncios e principais ministros da Sé Apostólica, inclusive os dos outros países, nos quais, queira Deus, não há necessidade de tal obra, para que possam ter eles também oportunidades de tirar muito proveito dela. E deseja-se que a obra da Congregação seja de conhecimento dos Príncipes, ou das Repúblicas, ou dos Superiores dos povos, junto aos quais se encontram, a fim de que, conhecendo a utilidade, aliás, a necessidade de tão grande ofício, venham sempre a favorecê-lo, uma vez que ele nada mais é que o verdadeiro ofício do apostolado. E ainda que não se venha a duvidar do favor dos católicos, será conveniente, todavia, para eliminar até mesmo as mais leves suspeitas, declarar conscientemente essa santa intenção, a qual não é de erguer tribunais, ou exercer jurisdição temporal em lugar nenhum, nem ter maneiras violentas ou insólitas: mas é esperar pelas vias suaves e cheias de caridade, que são próprias do Espírito Santo, a conversão dos infiéis, ora rezando, ensinando e discutindo, ora admoestando, exortando e rezando, e também atraí-los docemente por meio da oração, dos jejuns e das esmolas, e também das disciplinas e das lágrimas derramadas por eles, para a luz da verdade, para a via da saúde, administrando-lhes os Santíssimos Sacramentos, sem emitir nenhuma palavra, mas, por assim dizer, com um suave silêncio, uma vez que a delicadíssima unção da misericórdia divina, mais que a obra humana, é aquela que faz efeito.


Italiano Español English Français Deutsch