Rubriche
Extraído do número05 - 2006


Correio do Diretor


Foragidos e perseguidos pelas SS, em grande parte mulheres 
e crianças, escondidos no apartamento pontifício 
de Castel Gandolfo

Foragidos e perseguidos pelas SS, em grande parte mulheres e crianças, escondidos no apartamento pontifício de Castel Gandolfo

Pio XII. O papa que salvou os judeus
Um apelo por novos testemunhos sobre a caridade do Papa

Caro leitor,
apelamos àqueles que têm conhecimento da tragédia dos judeus perseguidos pelo regime nazista. Todos aqueles que foram testemunhas da caridade cristã de Pio XII ficaram impressionados com a sua preocupação por salvar essas vítimas. Milhares de cartas foram enviadas ao Santo Padre por familiares e amigos que imploravam seu auxílio. Mas essa história não será completada sem a sua ajuda, caro leitor.
O papa Pio XII, defensor da civilização, antes ainda que da cidade romana, ordenou que os perseguidos obtivessem refúgio no Vaticano e nos palácios extraterritoriais, que fossem abertos a eles até mesmo os apartamentos pontifícios, para que o maior número de vidas possível fosse salvo.
São muitíssimos os judeus que devem a salvação de sua vida ao papa Pacelli, ao menos indiretamente. No entanto, infelizmente, não são muitas as pessoas que escaparam à fúria nazista naqueles anos terríveis e estejam dispostas a testemunhar que devem atribuir o mérito de sua salvação ao Papa. Mas como teria sido possível ter livre acesso ao território do Estado vaticano, ao hospital “Menino Jesus”, à mansão pontifícia de Castel Gandolfo sem uma ordem ou ao menos uma permissão do Papa? Como teria sido possível, nós nos perguntamos, ter acesso ao apartamento pontifício, até ao quarto de dormir do Papa, transformado naquela ocasião em sala de parto, segundo o testemunho do diretor das mansões pontifícias, sem que o Papa desse sua permissão? Enfim, gostaríamos também de dizer como é igualmente improvável que alguém tenha tomado a liberdade de pedir ao Papa: “Perdão, Santidade, há uma mulher judia que está para dar à luz; o senhor se incomodaria de nos emprestar seu quarto em Castel Gandolfo?”.
Entre mais de cinqüenta crianças nascidas no apartamento do Papa, dois gêmeos foram chamados, por vontade da mãe, Pio Eugenio e Eugenio Pio, em gratidão a Pio XII. É o bom senso, antes das provas históricas, que demonstra que o Papa não se limitou a permitir essa imensa atividade de socorro, mas ele mesmo a encorajou e a pretendeu de seus colaboradores.
Só em Castel Gandolfo estavam refugiadas dez mil pessoas, que comiam ao menos duas vezes por dia, que precisavam de atendimento médico, auxílio e proteção. Acreditamos que os números dão a exata medida dessa obra de caridade.
O Vaticano, em geral, e o Papa agiram tão desinteressadamente nessa obra, que não possuem listas ou um arquivo de todas as pessoas que foram salvas. É por esse motivo que nos dirigimos aos leitores, para que se disponham a compartilhar conosco as preciosas informações de pessoas de religião judaica salvas por intermédio do Vaticano.
Nós nos dirigimos a Yad Vashem, em Israel, para honrar a memória de Pio XII, pedindo que seu nome fosse acrescentado à relação dos “Justos entre as Nações”. Para conseguir isso, temos de ter por escrito o testemunho de uma pessoa que saiba que um judeu (conhecido por aquele que testemunha ou do qual tenha ouvido falar) foi ajudado diretamente pelo Papa.
Por exemplo, graças ao pessoal interesse do Santo Padre, uma menina judia que fugiu dos nazistas foi rapidamente transferida com sua mãe ao hospital “Menino Jesus”, que gozava do privilégio da extraterritorialidade. Durante sua convalescença, seu pai, hospedado no Vaticano, ia encontrá-la levado por um grande carro preto com a chapa e os distintivos da Santa Sé, enviado pelo próprio Papa.
Enfim, qualquer testemunho deve ser por escrito e registrado em cartório. Peço-lhes que os enviem a mim, por e-mail: tertas@virgilio.it, ou por fax: 0039-6-636347, na Itália; e também por e-mail: Sr.Margherita.Marchione@ATT.NET ou por fax: 001-973-539-9327, nos Estados Unidos.
Obrigado pela atenção e pela eventual resposta.

Irmã Margherita Marchione



BRASIL
Um percurso de trinta dias através da Igreja

Quinta-feira,
16 de fevereiro de 2006

Caro senador Giulio Andreotti,
acabo de receber a edição de 30Dias de novembro de 2005. Como os anteriores, este número é excelente! É um percurso de trinta dias através da Igreja e do mundo! Desejo agradecer-lhe cordialmente pela assinatura de cortesia que me destinou. Depois de ler a revista, po­nho 30Dias na biblioteca do convento em que vivo com meus confrades redentoristas.
Com meus agradecimentos, seguem as primeiras orações por sua pessoa e pelo grande trabalho católico que realiza. Um forte abraço.

Monsenhor José Rodrigues de Souza, C. SS. R.,
bispo emérito de Juazeiro, no Brasil


ITÁLIA
Testemunhos que me fizeram bem

Quarta-feira, 19 de abril de 2006

Prezado diretor e toda a redação,
há meses, todas as vezes que abro a revista, surge-me uma questão: escrevo ou não escrevo?
O desejo de comunicar-lhes (a vocês e a todos) esta grande alegria foi até agora detido pela reserva que é preciso ter acerca de certos “temas”.
Serei breve: minha carta não é uma “carta do mosteiro”; sou uma jovem de 25 anos próxima de se formar (em julho), mas, se o desejo que Deus pôs dentro de mim, de lhe pertencer para sempre, a Ele e à humanidade, for realmente dEle... logo estarei no mosteiro.
Os testemunhos que vocês publicaram nestes meses me fizeram realmente bem, eu lhes agradeço.
Peço-lhes que me acompanhem com a oração, neste período tão particular, e no caminho que terei pela frente, para que eu descubra cada vez mais a plenitude desta vida.
Em Cristo.

(Concedam-me o anonimato; além de meu orientador espiritual, só poucos outros amigos sabem deste meu projeto, e não gostaria de desencadear reações estranhas em ninguém, especialmente em meus pais, que, entre outras coisas, não comparti­lham comigo desta alegria)


PIO XII
O destino de Pacelli e o do papa Luciani

Segunda-feira, 1º de maio de 2006

Respeitável direção de 30Dias,
ainda se discute se Pio XII, sumo pontífice de 3 de março de 1939 a 9 de outubro de 1958, merece ou não o reconhecimento canônico de bem-aventurado e santo, e isso em razão do seu presumido silêncio durante o holocausto dos judeus perpetrado pelos nazistas por ordem de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
Bem, em seu famoso discurso no Natal de 1942, quando falou daqueles que eram mortos “tão-somente por sua raça ou descendência”, Pio XII estava convencido de que denunciava de modo indiscutível as perseguições nazistas, mas experimentou críticas que o acusavam, já então, de ter sido vago demais. No entanto, sua acusação atingiu o alvo em cheio, não menos que as condenações do pontífice anterior, Pio XI, fazendo com que as hierarquias nazistas e fascistas ficassem furiosas! “O vigário de Deus não deveria abrir a boca”, trovejou Mussolini! Por outro lado, se alguém quiser pensar que o papa Pacelli te­nha imposto a si mesmo a prudência, refletindo sobre os efeitos contraproducentes que algumas denúncias claras haviam produzido no passado, é preciso reconhecer que sua prudência era também uma virtude moral!
O papa Pacelli, denegrido por muitos como filonazista, na realidade nos primeiros meses de 1940 se havia engajado numa conspiração contra Hitler projetada por alguns oficiais alemães! (Vide Famiglia Cristiana de 27 de maio de 1987).
Por isso, quando penso ou ouço falar do pontificado e do destino do papa Pio XII, como também do destino e da incompreensível morte do papa do sorriso Albino Luciani, sumo pontífice por apenas 33 dias, de 26 de agosto a 28 de setembro de 1978, lembro-me também destas palavras do Evangelho: “Nuptiae paratae sunt, sed qui invitati erant non fuerunt digni” (Mt 22, 8).

Guglielmo De Sano,
pároco de Piantoli e de Orchi
Conca della Campania, Caserta






Cartas dos mosteiros



Carmelitas do mosteiro de Notre-Dame
Binh Trieu, Vietnã
Comoveu-nos particularmente o fato de que o senhor se tenha lembrado destas carmelitas que vivem tão longe, no nosso pequeno Vietnã
Binh Trieu, sexta-feira, 28 de abril de 2006

Senhor senador,
é com grande alegria e profunda gratidão que desejamos enviar-lhe nossos agradecimentos pela assinatura gratuita da revista 30Jours dans l’Église et dans le Monde [edição francesa de 30Giorni], que é muito útil e bem recebida.
Comoveu-nos particularmente o fato de que o senhor tenha-se lembrado destas carmelitas que vivem tão longe, no nosso pequeno Vietnã.
Graças a esta revista, podemos participar das atividades da Igreja e do mundo inteiro e podemos compreender melhor nossa mãe Igreja, nosso Papa, nossos irmãos e irmãs em Cristo.
Rezaremos para que o seu trabalho seja sempre fecundo.

Irmã Maria Teresa Consolata do Espírito Santo, O.C.D., prioresa


Carmelitas do mosteiro da Santíssima Trindade
Coronel Fabriciano, Minas Gerais, Brasil
A paz e a alegria do Senhor Jesus esteja em seu coração!

Coronel Fabriciano, 02 de março de 2006

Ilustríssimo senhor Giulio Andreotti
A paz e a alegria do Senhor Jesus esteja em seu coração!
Alegrei-me ao receber o precioso presente da revista 30 Dias e venho por meio desta agradecer sua gentileza para conosco. Estando escondidas com “Cristo em Deus”, temos a certeza de que pela graça e misericórdia do Senhor nossos mosteiros são foco de irradiação espiritual e benfazeja sobre a Igreja e toda a humanidade. “Uma pessoa, entregando-se a Deus como sua propriedade absoluta, torna-se uma dádiva de Deus para todos, de tal modo que a sua vida é verdadeiramente um dom que se situa no centro do mistério da comunhão eclesial. As contemplativas pela sua presença discreta mais vital, pelo seu testemunho silencioso constitui um apelo à oração e à verdade da existência de Deus”. (Verbi sponsa n. 7, 8).
“No Carmelo, por toda parte se encontra o bom Deus. Vivemo-lo, respiramo-lo”, para levá-lo a todos, como nos diz a Bem-aventurada Elisabeth da Trindade, carmelita francesa, cujo centenário de sua morte estamos celebrando.
Carissimo senhor, no próximo dia 19 de março o nosso Carmelo completará seis anos de fundação nesta diocese de Itabira-Fabriciano. Residimos em sede provisória e no ano passado iniciamos a construção da nossa sede definitiva. Tem sido dificil conseguir os recursos financeiros para erigirmos esta casa do Senhor e nossa. Lanço ao senhor também o nosso pedido de auxílio, e também se achar oportuno publicar na revista este pedido com fotos da nossa comunidade. O bom Deus poderá tocar corações generosos que possam dar também o seu contributo. As doações que porventura surgirem, poderão ser endereçadas à conta do Carmelo Ssma. Trindade e B. Elisabeth da Trindade – conta corrente 7.786-0 – agência 0365-4 do Banco do Brasil. Deus o recompense.
Rezamos em sua intenção, seus familiares, seus colaboradores, e pelo bom êxito desta revista, para que realize e cumpra seus objetivos. Deus os abençoe e cumule com os seus dons divinos.
Com estima e gratidão, pela comunidade,

Irmã Maria Teresinha do Menino Jesus, O.C.D.,
prioresa


CARMELITAS DO MOSTEIRO SANTO CURA D’ARS
Ars, França
Só por meio do silêncio e da oração podemos lhe ser realmente uma ajuda

Ars, sexta-feira, 24 de março de 2006

Caro senhor Andreotti,
recebemos a bela edição de 30Jours [edição francesa de 30Giorni] e a carta anexada. Ficamos muito impressionadas e lhe agradecemos.
O senhor nos pede, em troca, que rezemos pelo senhor, e nós o fazemos de todo o coração, pedindo ao Senhor que abençoe sua ação e sustente seu empenho, para que permaneça sempre plenamente evangélico e plenamente eclesial.
De nossa parte, nós lhe pedimos que nos dispense de qualquer outro testemunho (ou “colaboração”) que não sejam nosso silêncio e nossa oração. Só assim podemos realmente ser-lhe uma ajuda e ter uma verdadeira fecundidade para a Igreja e o mundo.
Esteja certo de nossa oração e de nossa oferta cotidiana por suas intenções, e permita-nos que nos entreguemos, nós também, à sua oração, para que sejamos, uns e outros, em nossas respectivas vocações, os santos que o Senhor nos chama a ser.
Queira receber, caro senhor, os nossos cumprimentos.

Irmã Teresa da Encarnação, O.C.D., prioresa


BENEDITINAS DO REAL MOSTEIRO SÃO JOÃO BATISTA
Valfermoso de las Monjas, Espanha
O Senhor os mantenha fidelíssimos aos princípios cristãos

Valfermoso de las Monjas,
sábado, 25 de março de 2006

Estimado diretor Andreotti,
nas últimas edições da revista 30Dias [edição espa­nhola de 30Giorni], vimos com grande prazer o espaço “Cartas dos mosteiros”. Alegra-nos o coração ver tantas irmãs contemplativas que pensam como nós, apesar da distância. Consideramos que, se todas unirmos nossas orações, o Senhor as ouvirá e o mundo mudará.
Da Espanha, mais precisamente de Valfermoso de las Monjas (Guadalajara), nós lhe enviamos uma afetuosa saudação e nossas congratulações pela revista que o senhor dirige. Nós a recebemos na nossa comunidade desde quando nasceu, há 23 anos. É muito interessante. Ela nos mantém informadas da situação da Igreja dentro e fora da Europa.
Entristece-nos muito a decadência cristã na Europa, mas confiamos plenamente no Senhor. A Ele nos confiamos por intercessão da Virgem Maria, do nosso pai São Bento e dos outros santos padroeiros que a Igreja estabeleceu como protetores da Europa.
Que o Senhor abençoe seu trabalho e o de seus colaboradores e os mantenha fidelíssimos aos princípios cristãos.
Sua afeiçoadíssima em Cristo,

Irmã Josefina Matía, superiora


CARMELITAS DO MOSTEIRO DE WITTEN
Witten, Alemanha
Agradeço-lhe de coração pela grande caridade que faz, ou seja, pelo envio gratuito de 30Giorni

Witten, terça-feira, 9 de maio de 2006

Estimadíssimo senhor senador Giulio Andreotti,
o Senhor Ressuscitado lhe conceda todas as graças necessárias, abençoe-o e o recompense pelo bem que nos faz, monjas carmelitas na Alemanha! Agradeço-lhe de coração pela grande caridade que faz, ou seja, pelo envio gratuito de 30Giorni em língua alemã e em língua italiana. Ler em italiano para mim é muito importante, pois assim não esquecerei essa belíssima língua. De novo, obrigado de coração! Rezo pelo senhor e por seus colaboradores.
Com estima e oração,

Irmã Maria Teresa, O.C.D.









Cartas das missões


UM PEQUENO PRESENTE
A redação de 30Giorni decidiu oferecer um pequeno presente aos missionários católicos italianos presentes em qualquer parte do mundo: a assinatura da nossa revista a partir do primeiro número de 2006. A assinatura de cortesia foi acompa­nhada de uma carta do nosso diretor, que aqui publicamos.
Têm chegado à redação cartas desses missionários, que decidimos começar a publicar nesta seção, tal como há mais de um ano temos feito com as cartas dos mosteiros de clausura.




A CARTA DO DIRETOR AOS MISSIONÁRIOS ITALIANOS
NO EXTERIOR

Uma possibilidade de diálogo para tornar mais conhecida a história e a atualidade das missões

Roma, maio de 2006

Reverendíssimo padre,
nossa revista, que procura analisar e expor as linhas históricas de entrelaçamento, de avaliação e de ação da Igreja e da “sociedade civil”, tomou há algum tempo a ini­ciativa de oferecer uma assinatura de cortesia de 30Giorni nas várias edições internacionais (alemão, espanhol, francês, inglês e português) às comunidades claustrais, recebendo delas preciosos conselhos e especialmente a contrapartida na oração. Consideramos esses centros de espiritualidade e de dedicação a Deus como antídotos determinantes para esconjurar sobre o mundo (segundo uma imagem bíblica) a ira divina.
Mas há uma outra fileira de criaturas que oferecem sua vida a serviço das camadas mais pobres e abandonadas das populações, carregando uma mensagem cristã de caridade evangelizadora.
Aos missionários italianos que agem em todas as partes do mundo queremos de hoje em diante transmitir nossa mensagem jornalística. Ficaremos contentes se quiserem nos escrever sobre suas experiências e sobre as realidades em que trabalham.
Apesar das revistas especializadas e da “Jornada Missionária” que a Igreja celebra todos os anos, muitos não conhecem esse patrimônio - histórico e atual - que italianas e italianos ajudaram, e ainda ajudam, a edificar e manter vivo. Há alguns anos, um membro do governo (também respeitado professor universitário), voltando de uma missão na África, chegou a dizer, maravilhadíssimo, que havia encontrado freiras italianas num leprosário.
Certamente, a publicidade não interessa a vocês, mas fazer com que a história e a atualidade dos missionários italianos seja mais conhecida talvez seja útil também para remover certas revivescências de polêmica anticlerical, que infelizmente reaparecem com insistente petulância.
Nossa redação exprime a vocês seu caloroso reco­nhecimento e admiração.
Giulio Andreotti




COMUNIDADE DOM ORIONE
Oradea, Bihor, Romênia

Uma revista que já conhecíamos e apreciávamos quando éramos estudantes na Itália

Oradea, terça-feira, 25 de abril de 2006

Prezado diretor,
em nome da comunidade religiosa orioniana de Oradea, agradeço-lhe pelo exemplar da revista 30Giorni que encontramos entre nossa correspondência. É uma revista que já conhecíamos e apreciávamos quando éramos estudantes na Itália. E eis que agora podemos tê-la novamente em nossas mãos.
Asseguramos recordar o senhor e toda a redação em nossa oração.
Com gratidão,

Padre Ugo Bozzi, Padre Milhai Fecheta, Padre Florian Gui


CASA COMBONI
São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil

“Conheci bem Dom Giussani, de Désio: eu sou de Seregno...”

São José do Rio Preto, sexta-feira, 28 de abril de 2006

Excelentíssimo senador Giulio Andreotti,
com a correspondência destes dias recebi um exemplar da revista 30Giorni, além do livro Senso religioso, peccato originale, fede in sant’Agostino.
Sua carta anexada explica tudo. Sou muito grato ao senhor, com meus confrades (todos idosos, o mais jovem com setenta anos, o outro com setenta e cinco, eu com setenta e oito e o último com oitenta e dois...).
Somos missionários combonianos, três italianos e um português. Agradecemos essa gentil lembrança que nos permitirá sermos informados sobre os acontecimentos na Itália.
Anexo a esta carta o que publicaram no site paroquial de minha paróquia de origem por ocasião do qüinquagésimo aniversário do meu sacerdócio, treze anos vividos na Itália e o resto aqui no Brasil. Conheci bem Dom Giussani, de Désio: eu sou de Seregno...
Cordiais saudações a toda a redação de 30Giorni.
Nos sagrados corações de Jesus e Maria, sempre na alegre companhia de São José e de São Daniel Comboni!

Padre Enrico Galimberti


JESUÍTAS
Teppoco, Naka-hu, Hiroshima, Japão

Continuo a ser um homem feliz,
graças à fidelidade de Deus a seu amor

Hiroshima, domingo, 30 de abril de 2006

Prezado senador Andreotti,
queira receber meu sincero agradecimento pelo inesperado e muito bem recebido envio da revista 30Giorni. Ela me traz um sopro de vida sereno e claro sobre a Igreja no mundo inteiro, acrescentando alegria e confiança ao meu trabalho. Sou um piemontês, da província de Biella, e poderia resumir minha vida com “busquei a felicidade e a encontrei!”. Nascido em 1923, desde jovem sonhei, como todos, ter sucesso e felicidade. Mas minha família era pobre e eu não tinha muito com que me iludir. O pároco me sugeriu que tentasse a escola dos Jesuítas de Muzzano, que era gratuita para os pobres. Fui até lá, mas sem nenhuma vontade de acabar sendo um jesuíta, isso era claro. Aos 13, 14 anos, comecei a pensar e refletir: por que é que algumas coisas não vão bem, por que é que sofremos?... Li livros e depois, pouco a pouco, começou a surgir uma pequena luz: o Senhor poderá preencher o seu coração... se você se abrir a Ele. Aos 16 anos - de forma muito egoísta - voltei-me para essa felicidade que me era apresentada e, contra tudo e contra todos, decidi entrar na congregação dos jesuítas aos 17 anos. Senti-me feliz e, aos 18, havia decidido: “Se puder levar um pouco da minha felicidade a outras pessoas, a minha vida terá um sentido pleno”, e pedi para ser enviado às missões.
Tive de esperar até 1950, quando vim para o Japão. Conheci depois a Escola de Música de Hiroshima e pedi para trabalhar lá. Continuei meus estudos como jesuíta e, em 1958, celebrei minha primeira missa. Depois de três anos de estudos musicais em Nova York, voltei definitivamente para Hiroshima. No início ensinei órgão, mas, depois, como bom italiano, passei ao canto, que continuo ainda hoje a ensinar, não mais na universidade, dada a minha idade, mas em aulas particulares e concertos que organizo em Hiroshima, em Tóquio, em Fukuoka. Todos os anos, no Natal, organizo um concerto de canções italianas durante o qual aproveito, como sacerdote, para dar um pouco da alegria do Nascimento de Jesus. Nem tudo são rosas: quebrei uma perna, ela foi mal curada, estive duas vezes muito perto de passar por várias cirurgias... Mas parece que São Pedro não queria jesuítas demais lá em cima... e voltei atrás. É claro que, com a minha juventude (no mês que vem completarei 83 primaveras), eu me surpreendo e surpreendo os outros com tudo o que posso ainda realizar em minha vida cotidiana. Para ajudar os alunos, publiquei também doze volumes de líricas vocais de câmara italianas, com composições dos grandes mestres italianos. Continuo a ser um homem feliz! Graças à fidelidade de Deus a seu amor eterno por nós, que nos aceita assim como somos, num amor infinito!
Como o senhor vê, nada de sensacional, mas, com a alegria de Deus no coração, procuro oferecer um pouco aos outros.
Renovo meus agradecimentos mais vivos, rogando a Deus que derrame muitas bênçãos sobre o senhor e sobre o seu trabalho.
Sempre seu,

Luciano Bertagnolio, S.I.


MISSIONÁRIOS COMBONIANOS
Cuernavaca, Moreloa, México

30Giorni será um subsídio válido
para manter-me atualizado sobre os fatos da Igreja e do mundo

Cuernavaca, sexta-feira, 12 de maio de 2006

Prezadíssimo senador Giulio Andreotti,
recebi nestes dias dois exemplares (janeiro-fevereiro e março) da revista 30Giorni, dirigida pelo senhor. Li de imediato e com grande interesse alguns artigos da revista e vejo com prazer que o senhor continuará a enviá-la como cortesia. Obrigado. Será um subsídio válido para manter-me atualizado sobre os fatos da Igreja e do mundo.
Cordialmente,

Padre Domingo Zugliani, comboniano


 


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