Rubriche
Extraído do número06/07 - 2007


CARTAS DOS MOSTEIROS


CARMELITAS DO CONVENTO DE DOLBEAU
Dolbeau, Canadá

Lemos a revista regularmente no refeitório

Dolbeau, 5 de junho de 2007

Senhor diretor,
é com reconhecimento que gostaríamos de lhe agradecer pelo envio da revista 30Jours. É um presente magnífico, que nos acompanhou o ano inteiro. É uma revista bem escrita, agradável de se ver, e até os artigos mais sérios são acessíveis. Gostamos também dos artigos de conteúdo espiritual, como as meditações do cardeal Martini e do Santo Padre. Os artigos sobre nosso Santo Padre nos tocaram de maneira particular. Lemos a revista regularmente no refeitório, para que cada uma de nós possa vir a conhecer o que nela está escrito.
Nossa comunidade de carmelitas é formada por refugiadas de Hanói, no Vietnã, que estão desde 1957 na diocese de Chicutimi, na província de Quebec, no Canadá, e é aqui que prosseguimos nossa missão de oração e vida apartada no coração da Igreja.
Neste ano jubilar de nossa fundação, nós lhe asseguramos nossas orações, para que sua revista possa continuar a ser sempre um eco fiel da vida da Igreja.
Fraternalmente,

irmã Denise-Thérèse de la Croix, O.C.D.,
arquivista


BENEDITINAS DA IGREJA BIZANTINA DO MOSTEIRO RAINHA DO CÉU
Warren, Ohio, Estados Unidos

Obrigada pelas histórias vivas sobre os cristãos do Oriente Médio

Warren, 11 de junho de 2007

Caro senhor Andreotti,
muito obrigada por nos ter enviado os exemplares de 30Days. Nós, religiosas, gostamos realmente de ler a revista. Pessoalmente, estou muito interessada nos artigos relativos à política mesclada à vida da Igreja no mundo.
Justamente por sermos irmãs beneditinas da Igreja bizantina, temos um especial interesse pelos esplêndidos artigos que o senhor publica sobre as Igrejas do Oriente Médio. As condições de vida difíceis de muitos desses cristãos não são tratadas pela imprensa leiga. É uma coisa ótima que o senhor mantenha essas histórias vivas em sua revista.
Obrigada também pelo livrinho Who prays is saved. Lembre-se em suas orações das irmãs de Warren, em Ohio.
Devotadamente sua, em São Bento,

irmã Margaret Mary Schima, O.S.B., prioresa


CARMELITAS DO CONVENTO DA ASSUNÇÃO
Sebikotane, Senegal

Damos Quem reza se salva de presente aos operários e às famílias com crianças pequenas

Sebikotane, 16 de maio de 2007

Senhor diretor,
acabamos de receber os livrinhos Qui prie sauve son âme. Gostaríamos sinceramente de agradecer-lhe por esse belo presente. Esse livrinho é feito muito bem e estamos bem contentes por poder dá-lo de presente a nossos jovens operários e às famílias que têm crianças pequenas. Com esse gesto, o senhor realiza um ótimo apostolado, até neste nosso pequeno canto da savana. Infelizmente, não há muitos padres nem muitas religiosas por aqui, e os cristãos, muitas vezes abandonados à própria sorte, pouco a pouco estão se esquecendo daquele pouco de catecismo que lhes havia sido ensinado. A messe é abundante. A palavra do Senhor é sempre atual; é necessário rezar para pedir-lhe “operários”, padres, missionários.
É nosso dever como carmelitas rezar por essa intenção. E mais ainda porque nosso carmelo se encontra justamente perto do seminário maior em que são formados os futuros padres para todas as dioceses do Senegal.
Este ano, teremos doze diáconos, que dentro em breve serão ordenados padres. Todos virão para a festa da Ascensão em nosso convento, para celebrar uma missa de agradecimento antes de deixar o seminário. Será uma bela festa em nossa capela, e a oportunidade para assegurar nossas orações a esses jovens que se preparam para começar seu ministério.
Não deixamos de rezar segundo suas intenções por todos aqueles que trabalham em sua revista.
Fazemos votos de que a próxima festa de Pentecostes encha seu coração de alegria e fervor, para que anunciem a boa nova com todos os meios possíveis.
Receba, senhor diretor, com a nossa gratidão, a expressão de meu religioso respeito.

Irmã Marie-Agnès de l’Enfant Jésus, O.C.D.


CARMELITAS DO CONVENTO OUR LADY OF MARAVILLAS AND SAINT JOSEPH
Dumaguete City, Filipinas

As crianças ficariam felizes em receber Quem reza se salva de presente

Dumaguete City, 8 de abril de 2007

Caro senador Andreotti,
uma gloriosa e feliz Páscoa!
Recebemos bem agora a incomparável revista 30Days, e é o Senhor ressuscitado quem deve ter escolhido justamente este dia para confirmar sua gentileza ao nos enviá-la gratuitamente, como um presente.
Infinitos agradecimentos, senador Giulio Andreotti. Who prays is saved é igualmente muito bonito! Gostaríamos de lhes perguntar se é possível receber outros exemplares para distribuir aos que quiserem ler esse utilíssimo livrinho! As crianças que vierem ao centro de catecismo durante o mês de Nossa Senhora (maio), para as tradicionais celebrações do “Flores de Mayo”, ficariam felizes em receber um exemplar desse livrinho no final do mês, como se fosse um prêmio. São crianças de seis a catorze anos que vêm de diversos povoados para tomar parte dessa atividade conduzida por catequistas voluntários e seminaristas. E assim também os adultos que normalmente vêm ao convento poderiam também aproveitar Who prays is saved.
Somos uma comunidade de dezoito religiosas. Das seis irmãs espanholas, que vieram de Madri para fundar este convento, só fiquei eu. A outra voltou para a Espanha por problemas de saúde. Em 8 de novembro passado, celebrei o “cinqüentenário” da minha profissão. Nesse mesmo dia foi inaugurada a nossa nova capela, depois de uma reforma.
Com a ajuda de Deus, em 16 de novembro do ano que vem celebraremos o qüinquagésimo aniversário de fundação deste convento. Ajude-nos a agradecer a Deus por esse grande evento.
Pedimos também a Deus que sustente o senhor e sua fé até o fim. Continue a boa obra que Deus começou por meio de 30Days. Que nossas orações acompanhem o senhor e sua equipe nesta delicada tarefa de difusão de 30Days.
Que Nossa Senhora do Carmo o mantenha sob seu manto de amor e proteção.
Sempre grata, em Cristo,

irmã Maria Angelica Verdugo, O.C.D.,
prioresa, e comunidade


CARMELITAS DESCALÇAS DO CONVENTO BIARA PERTAPAAN
Bajawa, Indonésia

Lemos notícias do mundo, das quais não tínhamos nenhum conhecimento

Bajawa, 25 de março de 2007

Caro senhor Giulio Andreotti,
nós lhe agradecemos muitíssimo pelo fato de nos enviar gratuitamente 30Days, com tanta fidelidade. Eu gostaria de me desculpar com o senhor por ter esperado tanto antes de lhe responder. É uma revista que nos enriquece, já que recebemos tão poucas notícias do exterior. Nela, lemos notícias do mundo, de que não tínhamos nenhum conhecimento. É muito estimulante para a nossa vida de oração descobrir que há tantas intenções pelas quais rezar. Costumamos ler muitos dos artigos no refeitório, durante as refeições.
Somos uma grande comunidade, vinte irmãs professas com votos solenes. Recentemente, tivemos a alegria de dar vida a um novo convento.
Desculpe-me, esqueci de lhe dizer onde se encontra nosso convento. Nós estamos na Indonésia, um arquipélago composto de muitas ilhas, mais precisamente na ilha de Flores, no sudeste do país. O senhor seguramente terá ouvido que nossa nação é atormentada por numerosos desastres, tsunâmis, terremotos, erupções, enchentes. Só Deus sabe por que permite que tudo isso aconteça.
Estamos esperando os futuros exemplares de 30Days. Nós o manteremos presente em nossas orações e aproveitamos esta oportunidade para desejar ao senhor e a seus colaboradores uma feliz Páscoa.
Sinceramente sua, em Jesus e Maria,

irmã Marie Thérèse, O.C.D.






Leitura espiritual/9


Depois de ter proposto como leitura espiritual todos os trechos do Credo do Povo de Deus do Papa Paulo VI, em que recorre a palavra da graça, começamos com a publicação dos cânones 3 e 4 do Concílio de Cartago, de 418, a apresentação, como leitura espiritual, das definições dogmáticas sobre a graça.
Para compreender o contexto desse Concílio, nos valemos do livro Vangelo della grazia (Florença, Libreria Editrice Fiorentina, 1964), de M. Flick e Z. Alszeghy, um clássico da teologia dogmática.
Nele lemos que foi a controvérsia pelagiana que “deu uma oportunidade à Igreja para explicar sua fé na fraqueza do homem ferido pelo pecado original e necessitado, por isso, de ser curado pela graça de Cristo” (Vangelo della grazia, p. 49). E que a primeira Igreja a se exprimir contra quem punha isso em discussão, já desde 411, foi a Igreja africana. O motivo é muito simples: os responsáveis por esse contraste, Pelágio e Celéstio, que anteriormente residiam em Roma, fugiram em 410 para a Sicília, e posteriormente para Cartago, para escapar ao saque dos godos.
Depois disso, sendo que as doutrinas de Pelágio e de Celéstio tinham atravessado as fronteiras africanas e, sobretudo, haviam recebido um aval oficial na Palestina em 415, a Igreja africana se viu obrigada a apresentar um apelo ao bispo de Roma para que interviesse em nome de sua jurisdição universal. Por meio de dois concílios provinciais, realizados no verão de 416 em Cartago e em Melive, contando em ambas as vezes com a presença de sessenta bispos, invoca-se a autoridade de Roma, que – diziam aqueles bispos –, a respeito do pecado e da graça, tem a mesma doutrina da Igreja africana, mas a prega com maior prestígio (illustrius). Os bispos africanos não pretendem acrescentar as águas de seu rio à já tão abundante fonte da Igreja de Roma – parafraseamos a conclusão da carta 177 de Agostinho, Alípio, Aurélio e outros bispos africanos –; ao contrário, eles esperam que Inocêncio I, que na época ocupava a cátedra romana (401-417), diga que seu rio deriva da mesma fonte e assim os conforte, atestando que eles participam da mesma graça.
Citemos novamente Vangelo della grazia: “As respostas de Inocêncio [as cartas 181 a 183 do epistolário de Agostinho] são de grande importância. Já nessa primeira intervenção da Sé Romana contra o pelagianismo é claramente ensinado que a graça, entendida como uma ajuda interna concedida por Deus pelos méritos de Jesus Cristo, é absolutamente necessária para evitar o pecado. É impossível que o homem por si só observe os mandamentos; de fato, ensina Inocêncio: ‘É inevitável que o homem, privado da graça, sucumba às insídias diabólicas, quando, empregando unicamente a liberdade, se esforça por observar todos os mandamentos da vida’. É evidente, portanto, que o Papa não condena apenas a pretensão de que se possam praticar ações úteis à salvação (ações saudáveis, segundo a terminologia moderna), sem a graça de Cristo. Ele condena também o erro segundo o qual é possível evitar o pecado propriamente dito, ainda que o livre-arbítrio não seja libertado do domínio das concupiscências. Só nesse sentido se verifica a palavra do Senhor: ‘Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres’ (Jo 8, 36)” (Vangelo della grazia, p. 58).
Poderíamos pensar que a questão estivesse encerrada, como Santo Agostinho diria mais tarde em seu sermão 131, empregando uma expressão que se tornou proverbial: Roma locuta est, causa finita est! Na realidade, depois da morte de Inocêncio I, seu sucessor, Zósimo (417-418), grego de nascimento, como diz o Liber pontificalis, não se manteve firme ao que fora estabelecido por Inocêncio. “O papa Zósimo aceitou as explicações de Celéstio e Pelágio. Escreveu aos bispos africanos reprovando-os por sua precipitação e convidando os adversários de Pelágio a virem a Roma para sustentar suas acusações. Foi então o momento em que Santo Agostinho dedicou todas as suas energias para impedir que os ‘inimigos da graça’ prevalecessem” (Vangelo della grazia, p. 59).
Impelido pelas argumentações de Agostinho e pelos protestos dos bispos africanos, Zósimo escreveu então, em março de 418, que estava disposto a rediscutir sua posição. A carta, no mês seguinte, chegou aos mais de duzentos bispos africanos reunidos em Cartago. É então que são elaborados os dois cânones que publicamos (ao todo, são conhecidos oito), aos quais enfim Zósimo dará seu consentimento por meio de sua Epistula tractoria. “Possuímos apenas fragmentos dessa carta, mas, pelo testemunho de Mário Mercatore, sabemos que ela foi enviada, para que todos os bispos do mundo a assinassem [tractoria era a palavra usada na África para indicar as circulares endereçadas aos bispos]. Por isso, os cânones do Concílio de Cartago sempre foram considerados regra de fé, em virtude da aprovação pontifícia, como Próspero de Aquitânia já afirma” (Vangelo della grazia, p. 60).
A causa, porém, também não terminava aí. Santo Agostinho teria de lutar até o fim da vida, especialmente contra alguns bispos italianos capitaneados por Juliano de Eclana. “Já em 418, porém, podia exultar porque o papa Zósimo, tendo tomado um conhecimento mais exato das condenações do papa Inocêncio I, abandonando qualquer hesitação, confirmara plenamente o juízo de seu antecessor” (Vangelo della grazia, p. 60).
Como comentário aos dois cânones do Concílio de Cartago, publicamos novamente (veja as pp. 46-48) uma entrevista com Nello Cipriani, professor ordinário do Instituto Patrístico Augustinianum, a respeito da concepção da graça na heresia pelagiana. São palavras de surpreendente atualidade.
Canon 3. Item placuit [omnibus episcopis in sancta Synodo Carthaginiensis Ecclesiae constitutis], ut quicumque dixerit gratiam Dei, qua iustificatur homo per Iesum Christum Dominum nostrum, ad solam remissionem peccatorum valere quae iam commissa sunt, non etiam ad adiutorium ut non committantur, anathema sit.
Aprouve [a todos os bispos reunidos no santo Sínodo da Igreja de Cartago estabelecer] que quem quer que diga que a graça de Deus, pela qual o homem é justificado por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, vale unicamente para a remissão dos pecados já cometidos, mas não também como ajuda para que novos pecados não sejam cometidos, seja excomungado.
Canon 4. Item, quisquis dixerit, eandem gratiam Dei per Iesum Christum Dominum nostrum propter hoc tantum nos adiuvare ad non peccandum, quia per ipsam nobis revelatur et aperitur intellegentia mandatorum, ut sciamus, quid appetere, quid vitare debeamus, non autem per illam nobis praestari, ut quod faciendum cognoverimus, etiam facere diligamus atque valeamus, anathema sit. Cum enim dicat Apostolus: “Scientia inflat, caritas vero aedificat” [1Cor 8, 2], valde impium est, ut credamus, ad eam quae inflat nos habere gratiam Christi, et ad eam, quae aedificat, non habere, cum sit utrumque donum Dei, et scire, quid facere debeamus, et diligere, ut faciamus, ut aedificante caritate scientia nos non possit inflare. Sicut autem de Deo scriptum est: “Qui docet hominem scientiam” [Sl 94, 10] ita etiam scriptum est: “Caritas ex Deo est” [1Jo 4, 7].
Assim também, quem quer que diga que a mesma graça de Deus, por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, nos ajuda a não pecar apenas nisto, pois por meio dela nos é revelado e aberto o conhecimento dos mandamentos, de forma que saibamos o que devemos desejar e o que devemos evitar, e não que por meio dela nos é dado também amar e sermos capazes de realizar o que viemos a saber que deveria ser feito, seja excomungado. Com efeito, diz o Apóstolo: “A ciência incha, a caridade é que edifica” [1Cor 8, 1]; é então uma coisa muito ímpia crer que temos a graça de Cristo em vista daquela [ciência] que incha, enquanto não a temos em vista daquela [caridade] que edifica. De fato, ambas as coisas são dom de Deus, tanto saber o que devemos fazer quanto amar para que o façamos, de modo que, enquanto a caridade nos edifica, a ciência não nos possa inchar de orgulho. De fato, tal como está escrito: “É Deus quem ensina a ciência aos homens” [Sl 94, 10], da mesma forma está escrito também: “O amor vem de Deus” [1Jo 4, 7].


Os dogmas do Concílio de Cartago

“Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (Jo 8, 36)

Canon 3. Item placuit [omnibus episcopis in sancta Synodo Carthaginiensis Ecclesiae constitutis], ut quicumque dixerit gratiam Dei, qua iustificatur homo per Iesum Christum Dominum nostrum, ad solam remissionem peccatorum valere quae iam commissa sunt, non etiam ad adiutorium ut non committantur, anathema sit.

Aprouve [a todos os bispos reunidos no santo Sínodo da Igreja de Cartago estabelecer] que quem quer que diga que a graça de Deus, pela qual o homem é justificado por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, vale unicamente para a remissão dos pecados já cometidos, mas não também como ajuda para que novos pecados não sejam cometidos, seja excomungado.

Canon 4. Item, quisquis dixerit, eandem gratiam Dei per Iesum Christum Dominum nostrum propter hoc tantum nos adiuvare ad non peccandum, quia per ipsam nobis revelatur et aperitur intellegentia mandatorum, ut sciamus, quid appetere, quid vitare debeamus, non autem per illam nobis praestari, ut quod faciendum cognoverimus, etiam facere diligamus atque valeamus, anathema sit. Cum enim dicat Apostolus: “Scientia inflat, caritas vero aedificat” [1Cor 8, 2], valde impium est, ut credamus, ad eam quae inflat nos habere gratiam Christi, et ad eam, quae aedificat, non habere, cum sit utrumque donum Dei, et scire, quid facere debeamus, et diligere, ut faciamus, ut aedificante caritate scientia nos non possit inflare. Sicut autem de Deo scriptum est: “Qui docet hominem scientiam” [Sl 94, 10] ita etiam scriptum est: “Caritas ex Deo est” [1Jo 4, 7].

Assim também, quem quer que diga que a mesma graça de Deus, por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, nos ajuda a não pecar apenas nisto, pois por meio dela nos é revelado e aberto o conhecimento dos mandamentos, de forma que saibamos o que devemos desejar e o que devemos evitar, e não que por meio dela nos é dado também amar e sermos capazes de realizar o que viemos a saber que deveria ser feito, seja excomungado. Com efeito, diz o Apóstolo: “A ciência incha, a caridade é que edifica” [1Cor 8, 1]; é então uma coisa muito ímpia crer que temos a graça de Cristo em vista daquela [ciência] que incha, enquanto não a temos em vista daquela [caridade] que edifica. De fato, ambas as coisas são dom de Deus, tanto saber o que devemos fazer quanto amar para que o façamos, de modo que, enquanto a caridade nos edifica, a ciência não nos possa inchar de orgulho. De fato, tal como está escrito: “É Deus quem ensina a ciência aos homens” [Sl 94, 10], da mesma forma está escrito também: “O amor vem de Deus” [1Jo 4, 7].






CARTA DAS MISSÕES


A missão de Teresina, no Piauí

A missão de Teresina, no Piauí

MISSIONÁRIOS COMBONIANOS
Teresina, Brasil

Um trabalho fatigante

Teresina, 26 de março de 2007

Ilustríssimo senhor senador,
agradeço-lhe pela revista, que contém notícias importantes e interessantes. Sou um missionário de Como de 83 anos, no Brasil desde 1952. Fora os dezoito anos que passei em Portugal, passei toda a minha vida sacerdotal (57 anos) aqui.
Há três anos fui dispensado dos “safáris”, não muito oportunos para a minha idade. Aqui, celebro a missa na cidade, às oito, e depois confesso até quase 11 horas: um trabalho fatigante, mas que me dá grande satisfação e me realiza plenamente. Passo a tarde sentado ao computador, escrevendo ou traduzindo por conta do superior ou do provincial. Durante 12 anos vivi aqui sozinho: o padre mais próximo, também comboniano, estava a 70 quilômetros de distância (uma hora e meia de carro, duas horas na época das chuvas).
Para viajar, já usei o “cavalo de São Francisco”, jumentos, motos, jipes. Usei até um barco a motor (sem saber nadar!). Por causa de uma hemorragia provocada pela extração de um dente por um dentista de passagem, tive de aplicar uma intravenosa em mim mesmo sozinho. Cavei um poço usando só os meus braços. Passei por doze operações. Para me distrair, faço uma coleção de piadas: elas ajudam a viver melhor e por mais tempo... Mesmo aquelas que a gente só entende depois.
Aqui, somos quatro combonianos: além de mim, que sou italiano, há um irmão português, quase da minha idade, um padre brasileiro e um mexicano. Algumas vezes, concordamos tanto uns com os outros que as pessoas se perguntam se somos irmãos... Antes de vir para Teresina, capital do Piauí, trabalhei com um colega de uma paróquia cortada de comprido por uma estrada asfaltada de 70 quilômetros e, na largura, por uma estrada toda de terra e areia de 60 quilômetros à direita e 60 quilômetros à esquerda. No centro, cinco municípios, respectivamente com doze mil, dez mil, oito mil, quatro mil e dois mil habitantes; na periferia, muitos outros habitantes distribuídos em sessenta pequenas comunidades.
No Brasil, além do ministério, diria, “normal”, existe um campo especial: a justiça, ou melhor, as injustiças. Os brasileiros acolhem muito bem, correspondem e sabem agradecer. Mas certos políticos e latifundiários... Quantos leigos, sindicalistas, religiosas e padres ameaçados e mortos... Portanto, é preciso rezar, organizar e reagir às injustiças, mas...: alguém me ensinou a puxar a pedra e esconder a mão, de forma a nunca ir preso. A quem se admira da minha idade, eu sempre respondo: trabalhar pouco, quando não se tem muito que fazer; comer bem, quando se pode; dormir profundamente, se a festa dos vizinhos deixa; e nunca se lamentar, nem com Jesus!
Além de agradecer, gostaria de receber a edição em português de sua revista, para facilitar a leitura aos meus três colegas. O Senhor nos faça todos “estourar” de... amor!

Padre Candido Poli


VICARIATO SAN AGUSTÍN DE APURÍMAC
Cuzco, Peru

Obrigado pelo presente que quis dar aos agostinianos

Cuzco, 3 de maio de 2007

Excelentíssimo senador,
ainda que com atraso, com esta carta gostaria em todo caso de lhe agradecer de coração pela “iniciativa-presente” de 30Días, que o senhor quis dar aos agostinianos e, conseqüentemente, a nós também, que há quase quarenta anos nos dedicamos à Missão Agostiniana nos Andes do sul do Peru, e que o senhor, provavelmente, de certa forma conhece, já que estava em contato com o saudoso padre Ettore Salimbeni, que nos deixou em 25 de março deste ano, depois de trinta e nove anos de serviço missionário sem reservas.
Pessoalmente, aprecio de maneira particular esse seu “presente”, uma vez que fui leitor assíduo da revista desde o início, tendo depois de deixar de lê-la por motivos óbvios. Agora, é uma sorte receber 30Giorni aqui e ainda mais poder lê-la em língua espanhola, pois dessa forma meus confrades peruanos e os seminaristas podem beneficiar-se de sua riqueza.
Obrigado, senador, e, como superior do Vicariato San Agustín de Apurímac, receba por mim o agradecimento de nosso bispo, dom Domenico Berni, e também de meus confrades agostinianos.
Com sentimentos sinceros de estima e gratidão,

padre Giovanni Boffelli, O.S.A.,
vigário


MISSIONÁRIOS COMBONIANOS
Gulu, Uganda

Quem reza se salva nos fez voltar a ser crianças

Gulu, 29 de abril de 2007

Excelentíssimo senador Andreotti,
receba os mais calorosos cumprimentos da comunidade comboniana de Layibi, em Gulu.
Acabamos de receber a edição de março de 30Giorni, inteiramente dedicada a Bento XVI. Esse número é história viva e ficará para a história da Igreja. Por isso, depois que os membros da comunidade tiverem terminado de lê-lo, nós o poremos no arquivo para consultas futuras.
Ao mesmo tempo, como encarte, recebemos Chi prega si salva. Já o folheamos e nossos sentimentos voltaram ao tempo em que éramos crianças, quando aprendemos as mesmas orações com nossas boas mães e nas aulas de catecismo.
É verdade, existe muito mal no mundo, mas é verdade também que existe muitíssimo bem, e é por isso que o mundo continua a existir!
O senhor, ilustríssimo senador, contribui em grande parte para isso por intermédio de 30Giorni, e nós, aqui em missão, procuramos fazer nossa pequena parte em favor desta gente, especialmente dos jovens que cresceram num clima de guerra (21 anos) e que nada mais viram além de tragédias! Tocamos uma escola técnica com cerca de cento e vinte alunos. A única da região.
No momento, aqui no norte de Uganda vislumbramos sinais de paz, mas ainda muito fracos. Por isso, gostaríamos de convidar a todos os leitores de 30Giorni, especialmente as boas e simpáticas religiosas de clausura, a se unirem a nós na oração para que esta guerra pouco interessante e esquecida termine logo, sem mais derramamento de sangue, e o bom Deus nos conceda uma paz duradoura.
Ao senhor e a toda a equipe de 30Giorni um imenso obrigado e votos de que recebam todas as bênçãos do Senhor,

padre Benito Ricci


MISSIONÁRIOS DO PIME
Khammam, Andhra Pradesh, Índia

Vivo numa região de florestas para dar a conhecer Jesus Cristo

Khammam, 26 de março de 2007

Caríssimo amigo Giulio,
infinitos agradecimentos pela maravilhosa revista 30Giorni, que recebo há alguns meses. Estou numa região tribal para desenvolver uma obra de evangelização. Não sei como receberam meu endereço. 30Giorni é um presente muito importante para mim, que vivo isolado numa região de florestas, com a única finalidade de dar a conhecer Jesus Cristo às populações vítimas de injustiças, corrupção, superstições e violência.
Parabéns, Deus o abençoe,

padre Orlando Quintaba, Pime




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