Rubriche
Extraído do número09 - 2008


BENTO XVI

Papa Luciani e a humildade


Papa João Paulo I e o cardeal Ratzinger [© AP/LaPresse]

Papa João Paulo I e o cardeal Ratzinger [© AP/LaPresse]

No Angelus de domingo, 28 de setembro, por ocasião do 30º aniversário da morte do Papa João Paulo I, Bento XVI assim recordou seu predecessor: “Ele escolheu como mote episcopal o mesmo de São Carlos Borromeu: Humilitas. Uma só palavra que sintetiza o essencial da vida cristã e indica a virtude indispensável de quem, na Igreja, é chamado ao serviço da autoridade. Numa das quatro audiências concedidas durante o seu brevíssimo pontificado, disse, entre outras coisas, com aquele tom familiar que o distinguia: ‘Limito-me a recomendar uma virtude, tão querida ao Senhor: disse: aprendei de mim que sou manso e humilde de coração... Mesmo se fizerdes coisas grandiosas, dizei: somos servos inúteis’. E observou: ‘Mas todos nós tendemos antes para o contrário: pôr-nos em evidência’ (Insegnamenti di Giovanni Paolo I, p. 51-52). A humildade pode ser considerada o seu testamento espiritual.
[...] Deste modo foi um inigualável catequista, nas pegadas de São Pio X, seu conterrâneo e predecessor, primeiro na cátedra de São Marcos e depois na de São Pedro. ‘Devemos sentir-nos pequenos diante de Deus’, disse naquela mesma Audiência. E acrescentou: ‘Não me envergonho de me sentir como uma criança diante da mãe: acredita-se na mãe, eu creio no Senhor, naquilo que me revelou’ (ibid., p. 49). Estas palavras mostram toda a consistência da sua fé. Ao agradecermos a Deus por tê-lo concedido à Igreja e ao mundo, valorizemos o seu exemplo, comprometendo-nos a cultivar a sua mesma humildade, que o tornou capaz de falar a todos, sobretudo aos pequeninos e aos chamados distantes. Invoquemos por isto Maria Santíssima, humilde Serva do Senhor”.




SERAPHICUM

Simpósio Internacional sobre o Concílio Vaticano II e João Paulo II


Karol Wojtyla no Concílio Ecumênico Vaticano II [© AP/LaPresse]

Karol Wojtyla no Concílio Ecumênico Vaticano II [© AP/LaPresse]

A Pontifícia Faculdade Teológica de São Boaventura-Seraphicum de Roma foi sede em 28-29-30 de outubro de um Simpósio Internacional sobre “Cristo-Igreja-Homem. O Vaticano II no pontificado de João Paulo II”. Participaram do evento, além do Ministro Geral dos Conventuais (padre Marco Tasca) e do Diretor da Faculdade (padre Zdzislaw J. Kijas), numerosos cardeais (Bertone, Levada, Caffarra, Ruini, Poupard e Rylko), arcebispos e bispos (Pieronek, Sanna, Piero Marini, Amato), eclesiásticos (Giertych, Miranda, Augé, Iammarone, Szostek, Oder) e acadêmicos (Buttiglione, Tortorella, Cangiotti, Borghesi, Weigel, Waldstein, Siviglia).




ORIENTE MÉDIO

Olmert e o ano de 1978


Sadat, Carter e Begin [© AP/LaPresse]

Sadat, Carter e Begin [© AP/LaPresse]

“Em troca da paz, Israel deve se retirar das regiões mais decisivas”. Palavras do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert respondendo a uma entrevista ao New York Times e sintetizada no La Stampa de 30 de setembro, na qual o premiê demissionário faz uma espécie de balanço da sua atividade política. A síntese do La Stampa diz: “Esperou o epílogo para a autocrítica extrema. Um mea culpa global que chega até 1978, quando então parlamentar do Likud se opôs ao aperto de mão entre o premiê Begin e o egípcio Sadat”.





Giulio Tremonti  com o nosso diretor no Meeting de Rímini 2008 [© Grazia Neri]

Giulio Tremonti com o nosso diretor no Meeting de Rímini 2008 [© Grazia Neri]

Finanças/1
Giulio Tremonti, a crise e as tecno-finanças

“Para entender o que aconteceu e o que está acontecendo seria preciso reler (ou ler!) o Fausto de Goethe, a mais fantástica história sobre a transformação da riqueza, sobre a sua passagem do material ao imaterial”. São palavras do Ministro da Economia da Itália, Giulio Tremonti, em uma entrevista publicada no Il Foglio de 23 de setembro. Depois explica: “Para fazer a globalização foi assinada uma promissória mefistofélica; como todas as promissórias, como a de Mefistófeles, assim também a promissória das tecno-finanças agora chegou ao vencimento”.


Finanças/2
Angelo Panebianco e a destruição criadora

O jornal Corriere della Sera dedicou o editorial de 18 de setembro, escrito por Angelo Panebianco, à crise financeira internacional: “Afinal, um Estados Unidos redimensionado deverá ceder o cetro de superpotência e resignar-se ao papel de grande superpotência entre outras grandes superpotências (China, Rússia, Índia e talvez outras ainda). Em uma outra, e oposta, interpretação, a ‘destruição criadora’ que é típica (segundo o economista Joseph Schumpeter) do proceder do capitalismo, eliminando tudo aquilo que não é mais vital, e restabelecendo o sistema financeiro, acabará dando um renovado vigor à potência americana”.


Finanças/3
Carlo Azeglio Ciampi e o salvamento do Banco Ambrosiano

Deve-se salvar os bancos em dificuldades? Segundo o ex-presidente da República Italiana, Carlo Azeglio Ciampi é uma “reação natural, desde que seja feita com clareza”, como aconteceu na Itália. “Quando foi necessário, a operação foi bem feita e com clareza. Falo, por exemplo, do salvamento do Banco Ambrosiano, realizado quando eu era o presidente do Banco da Itália”. Considerações de Ciampi em uma entrevista publicada no La Stampa de 6 de outubro.


Estados Unidos
Os EUA dão abertura aos Talibãs

“Os Estados Unidos estão prontos a participar das negociações entre Cabul e os Talibãs, mas não com al-Qaeda. São palavras do Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates durante a cúpula dos Ministros da Defesa da Otan realizado em Budapeste, jogando assim todo o peso do seu país no apelo ao diálogo lançado alguns dias atrás pelo presidente afegão, Karzai ao Mullah Omar”. Este é o início de um artigo publicado no la Repubblica de 10 de outubro.


Inglaterra
Gordon Brown dá abertura aos católicos

Grã-Bretanha, virada histórica. Este é o título com o qual o jornal La Stampa de 26 de setembro anunciava uma proposta de lei, colocada pelo primeiro ministro inglês Gordon Brown que consentirá a subida ao trono também aos católicos. Como subtítulo: “Sim aos católicos. Iguais oportunidades para o trono inglês. Brown propõe uma lei para modificar as normas. Há três séculos que somente os anglicanos podem ser coroados”.


Itália
Mariano Crociata novo secretário geral da Conferência Episcopal Italiana

No dia 25 de setembro o Papa nomeou o novo secretário geral da CEI. Trata-se do siciliano Mariano Crociata, 55 anos, desde julho de 2007 bispo de Noto, que assume o novo encargo dia 20 de outubro.


Sacro Colégio
A morte do cardeal González Zumárraga

No dia 13 de outubro faleceu o cardeal equatoriano Antonio José González Zumárraga, de 1985 a 2003 arcebispo de Quito, criado cardeal por João Paulo II em 2001. Portanto a 15 de outubro o Colégio dos Cardeais resulta composto por 192 cardeais dos quais 116 eleitores.


Cúria/1
Novo prelado da Academia de Teologia e novos consultores para o Departamento das Celebrações Litúrgicas do Papa

No dia 24 de setembro o carmelita francês François-Marie Lethel foi nomeado prelado secretário da Pontifícia Academia de Teologia. Na mesma data foram nomeados os novos consultores do Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice. São: monsenhor Nicola Bux, professor na Faculdade Teológica “Pugliese”; padre Mauro Gagliardi, do Pontifício Ateneu “Regina Apostolorum”; padre Juan José Silvestre Valor, da Pontifícia Universidade da Santa Cruz; padre Uwe Michael Lang, oratoriano, oficial da Congregação para o Culto Divino; padre Paul Gunter, beneditino, do Pontifício Ateneu Santo Anselmo.


Cúria/2
Novo relator da Congregação para as Causas dos Santos

No dia 10 de outubro foi nomeado o novo relator geral da Congregação para as Causas dos Santos. Trata-se do padre Vincenzo Criscuolo, capuchinho da província de Salerno, 58 anos, graduado na Gregoriana e com estudos em Munique e Moscou, até agora consultor do mesmo dicastério. Assume o lugar do dominicano alemão Ambrosius Eszer, de 76 anos, que foi relator desde os anos Oitenta.


Diplomacia/1
Montemayor núncio na Guiné-Bissau
No dia 17 de setembro o arcebispo argentino Luis Mariano Mantemayor, desde junho núncio no Senegal e Cabo Verde e delegado na Mauritânia, foi nomeado representante pontifício também na Guiné-Bissau.


Diplomacia/2
Novos embaixadores da Bósnia e República Tcheca junto à Santa Sé

No dia 18 de setembro o Papa recebeu as cartas credenciais da nova embaixadora da Bósnia-Herzegóvina junto à Santa Sé. Trata-se da senhora Jasna Krivosic-Prpic, 59 anos, nos últimos dois anos vice-diretora da Agência de Promoção de Investimentos na Bósnia-Herzegóvina.
No dia 27 de setembro foi a vez do novo representante da República Tcheca. Trata-se de Pavel Vosalik, 45 anos, nos últimos quatro anos embaixador no Canadá.


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