Rubriche
Extraído do número10 - 2008


BENTO XVI

A ressurreição de Jesus


IIncredulidade de Tomé/I, Caravaggio

IIncredulidade de Tomé/I, Caravaggio

“‘Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé... ainda estais nos vossos pecados’ (1 Cor 15, 14.17). Com estas fortes palavras da primeira Carta aos Coríntios, São Paulo faz compreender que importância decisiva ele atribui à ressurreição de Jesus. De fato, neste acontecimento está a solução para o problema apresentado pelo drama da Cruz. Sozinha, a Cruz não poderia explicar a fé cristã. Aliás permaneceria uma tragédia, indicação do absurdo do ser. O mistério pascal consiste no fato de que aquele Crucificado ‘ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras’ (1 Cor 15, 4)”. Este é o incipit da catequese que o Santo Padre apresentou na quarta-feira, 5 de novembro passado.





Crianças em Gaza [© Associated Press/LaPresse]

Crianças em Gaza [© Associated Press/LaPresse]

Oriente Médio/1
As crianças de Gaza

“As crianças da Faixa de Gaza, sete em cada dez, apresentam graves carências de ferro, vitaminas A e D. Faltam cereais, óleo, fruta, verdura, açúcar. As reservas de alimentos, escreve a Cruz Vermelha Internacional no seu último relatório, 46 páginas de pesadas denúncias, são “gravemente insuficientes para garantir uma alimentação adequada mesmo no futuro”. Na Faixa de Gaza há uma emergência humanitária, acrescenta a Oxfam britânica, e é preciso intervir logo porque “um milhão e meio de pessoas não pode resistir por tanto tempo assim” e corre-se o risco de uma catástrofe. Ninguém trabalha, os barcos não saem para a pesca há meses. A ONU diz que as reservas estão esgotadas”. Este é o início de um artigo publicado no Corriere della Sera de 16 de novembro, no qual é descrita uma catástrofe humanitária que ameaça a Faixa de Gaza sob o arrocho do embargo.


Oriente Médio/2
Derrotar Hitler

No Corriere della Sera de 30 de outubro foi publicada uma crítica do livro Sconfiggere Hitler (Derrotar Hitler, ndr.) de Avraham Burg, edições Neri Pozza. Escreve-se: “O culto invasivo e incessante da Shoah modificou a cultura política do Estado israelense. Tornou-se a pública justificação da dureza policial com a qual Israel administra os territórios ocupados. Militarizou a sociedade israelense. Deu origem a uma extrema-direita brutal e fanática que ao autor recorda, paradoxalmente, o nazismo. Criou a convicção, já arraigada em amplos setores do judaísmo, principalmente no americano e israelense, de que a Shoah tenha sido um acontecimento incomparável e que não possa ser examinado historicamente com outros trágicos acontecimentos da história mundial [...]. Porém o mais grave dos efeitos provocados pelo culto à Shoah, segundo o autor, é de ordem moral. Dominado pela recordação do genocídio, o judaísmo parece ter renunciado ao próprio humanismo, à própria missão universal, à própria sensibilidade pelos humildes e os oprimidos, aos extraordinários valores morais do seu pensamento filosófico e religioso”. Avraham Burg é um importante expoente do movimento pacifista Peace now, trabalhista, de 1999 a 2003 foi presidente da Knesset (o Parlamento israelense).


Igreja/1
Assassinados dois jesuítas

“Dois padres jesuítas, o russo Otto Messmer e o equatoriano Victor Betancourt, foram encontrados mortos na terça-feira à noite em um apartamento da Companhia de Jesus na rua Petrovka, no centro de Moscou [...]. Além disso, segundo os jesuítas e os bispos russos, os dois padres foram assassinados em momentos diferentes: a morte do padre Betancourt deve ter ocorrido a 25 de outubro, porque no dia seguinte, domingo, não se apresentou para celebrar a missa sem nenhuma advertência. Enquanto que padre Messmer chegou do exterior no dia 27 à noite e, segundo seus coirmãos, deve ter sido morto no mesmo dia, ou seja, na segunda-feira”. Publicado no la Repubblica de 30 de outubro.


Igreja/2
A Coréia comunista acolhe o primeiro padre católico

“As Agências de notícias asiáticas Uca e Asia News, publicaram uma notícia que representa uma abertura inédita do regime comunista de Pyong-yang. Pela primeira vez, depois de mais de 60 anos, um padre católico poderá residir na Coréia do Norte. Trata-se do padre Paul Kim Kwon-soon, da Ordem dos Frades Menores, que se transferirá para a capital norte-coreana no final de novembro para realizar o seu trabalho pastoral entre os trabalhadores de uma fábrica construída graças a um projeto comum entre as duas Coréias”. Notícia publicada na sessão on line do jornalista Marco Tosatti do La Stampa de Turim, dia 3 de novembro passado.


Terrorismo
Estratégias preventivas e o 11 de setembro

No dia 8 de novembro, na seção das cartas, o Corriere della Sera publicou uma interessante reflexão do embaixador Sergio Romano sobre a resposta dos Estados Unidos aos atentados do 11 de setembro de 2001. Na sua coluna Sergio Romano fala de como, no início, a guerra no Afeganistão, parecia-lhe “justificada”. Nos meses seguintes, ao invés, “entendemos que a guerra afegã, para os conselheiros neoconservadores da Casa Branca, era somente o prólogo de um drama composto ao menos por dois atos. No primeiro os Estados Unidos teriam conquistado o Iraque e substituído o regime de Saddam Hussein com os emigrantes iraquianos que tinham se estabelecido em Washington nos anos anteriores. No segundo ato, depois do sucesso da primeira operação, teriam colocado o Irã contra o muro e feito o necessário para provocar a mudança de regime no país dos aiatolás. Alguns neoconservadores pensavam até mesmo em um terceiro ato a ser recitado no grande espaço chinês logo que os Estados Unidos tivessem se tornado a potência dominante no Oriente Médio e de toda a Ásia Ocidental. Para muitos observadores ficou evidente que esta estratégia não era mais uma resposta realista e proporcionada aos atentados do 11 de setembro. Era a execução de um projeto que os conselheiros de Bush tinham concebido já há alguns anos e que o 11 de setembro tornou imprevistamente possível”.


Sacro Colégio
As demissões do cardeal Jaworski

No dia 21 de outubro foram aceitas as demissões do cardeal Marian Jaworski, 82 anos completados em agosto, do cargo de Arcebispo de Lviv dos Latinos (Ucrânia). Será substituído por Mieczyslaw Mokrzycki, 47 anos, coadjutor desde julho de 2007, e anteriormente segundo secretário particular de João Paulo II e Bento XVI.


Diplomacia/1
Relações diplomáticas entre Botsuana e a Santa Sé

No dia 4 de novembro a Sala de Imprensa Vaticana anunciou que foram estabelecidas relações diplomáticas entre a Santa Sé a República de Botsuana. Portanto, atualmente a Santa Sé tem relações diplomáticas plenas com 177 países aos quais deve-se acrescentar a Federação Russa e a OLP com as quais há as relações diplomáticas de natureza especial. Ainda permanecem no mundo dezesseis Estados sem a troca de embaixadores com a Santa Sé. Em nove destes não há nenhum enviado vaticano: Afeganistão, Arábia Saudita, Butão, China Popular, Coréia do Norte, Maldivas, Omã, Tuvalu e Vietnã. Nos restantes sete países há apenas os delegados apostólicos (representantes pontifícios junto às comunidades católicas locais e não junto aos governos): três na África (Ilhas Comore, Mauritânia e Somália) e quatro na Ásia (Brunei, Laos, Malásia, Mianmar).


Diplomacia/2
Novos núncios na Etiópia e Portugal

No dia 24 de outubro foi nomeado núncio apostólico na Etiópia e delegado apostólico na Somália o arcebispo sírio-malabar indiano George Panikulam, 66 anos, desde 2003 representante pontifício em Moçambique. Sacerdote desde 1967, Panikulam entrou para o serviço diplomático em 1979 e prestou serviços no Canadá, Venezuela, Alemanha, Brasil e na sede da ONU de Nova York. Em 1999 foi eleito arcebispo e nomeado núncio em Honduras, onde permaneceu até 2003.
Em 8 de novembro o arcebispo Rino Passigato, 64 anos, de Bovolone (Verona), foi nomeado núncio apostólico em Portugal. Desde 1999 era representante pontifício no Peru. Sacerdote desde 1968, Passigato foi anteriormente núncio no Burundi (1991-1996) e na Bolívia (1996-1999).


Diplomacia/3
Novos embaixadores junto à Santa Sé

No dia 27 de outubro entregou as suas cartas credencias a nova embaixadora das Filipinas junto à Santa Sé. Trata-se de Cristina Castañer-Ponce Enrile, 70 anos, empresária.
Em 30 de outubro foi a vez da nova representante do Canadá. Trata-se de Anne Leahy, 56 anos, diplomata de carreira, ex-coordenadora federal da Jornada Mundial da Juventude celebrada em Toronto em 2002, já foi embaixadora em Camarões, na Polônia, na Rússia e na região africana dos Grandes Lagos.
No dia 6 de novembro foi a vez da nova embaixadora do Egito: Lamia Aly Hamada Mekhemar, 46 anos, diplomata de carreira, já foi terceira secretária da embaixada em Roma junto ao Estado italiano e também chefe de gabinete da esposa do presidente.
No dia 7 de novembro apresentou suas credenciais o novo embaixador da Lituânia: Vytautas Alisauskas, 51 anos, professor, ex-representante da Conferência Episcopal da Lituânia no Conselho da Rádio e Televisão.
Em 8 de novembro foi a vez do novo embaixador da China (Taiwan): Wang Larry Yu-yuan, 61 anos, diplomata de carreira, ex-representante na Argentina e nos Países Baixos.
No dia 13 de novembro também apresentou as credenciais o novo embaixador de San Marino: Sante Carducci, 64 anos, ex-membro do Conselho grande, general da República e médico chefe no Hospital de Estado.
Enfim no dia 17 de novembro apresentou suas credenciais o novo embaixador do Líbano: Georges Chakib El Khoury, 56 anos, até agora diretor do Departamento de Informação do Exército.




ESTADOS UNIDOS

Obama e Niebuhr


Barack Obama com as filhas e a esposa Michelle BR[© Associated Press/LaPresse]

Barack Obama com as filhas e a esposa Michelle BR[© Associated Press/LaPresse]

No jornal La Stampa de 9 de novembro Barbara Spinelli fez votos de que o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, redescubra “o realismo de Reinhold Niebuhr”, teólogo protestante (1892-1971): “Niebuhr era um cristão inimigo do messianismo político: depois de anos de embriaguez fundamentalista, os Estados Unidos e também a Europa precisam desta desintoxicação”.


Italiano Español English Français Deutsch