A visita de Bento XVI em Israel? “Eu diria que é importante. Mas não importantíssima [...]. Há outros passos que foram fundamentais, refiro-me em particular: ao documento Nostra aetate, realizado pelo Concílio Vaticano II em 1965, que pôs fim à cultura do desprezo contra os “pérfidos judeus”. A primeira visita de um Pontífice – Paulo VI – a Israel, em 1964. A abertura das relações diplomáticas entre Israel e o Vaticano, graças a João Paulo II. Estes são passos históricos”. São palavras do Avraham Burg, filho de um dos fundadores do Estado de Israel, presidente do Parlamento israelense assim como fundador do “Paz Agora”, em uma entrevista concedida a Elena Loewenthal publicada no La Stampa de 13 de maio. Na parte conclusiva da entrevista, Burg deteu-se nas passagens mais significativas da visita de Bento XVI, ou seja, o encontro com o presidente israelense Shimon Peres e a visita ao Yad Vashem com estas palavras: “Portanto, desta vez o visitante estrangeiro foi primeiro levado à residência do presidente da nação e depois ao memorial do Shoah [...] Se pensarmos que desde a antiguidade, com a conquista de Jerusalém e a destruição do Templo de Salomão por parte dos romanos e a afirmação do cristianismo, Israel como entidade nacional constitui um desafio teológico e dogmático, esta ordem de precedência estabelecida pelo protocolo diplomático assume uma importância realmente fundamental. E é um bom auspício tanto para Israel e os confins da sua identidade, quanto para o diálogo inter-religioso”.

“Para os que a possuem, a fé é uma ‘marcha a mais’, hoje mais do que nunca, em um momento em que sofremos a perda do baricentro ético. A Igreja Católica deixou-se conquistar pela sugestão fundamentalista enquanto temos necessidade de um cristianismo do diálogo. Foi Alessandro Manzoni, com Dom Rodrigo e o Inominado, que me fez entender muito em matéria de fé. E também a figura de Maria, superior também no Alcorão, torna-me orgulhoso da religião católica, mais ou menos como um italiano é orgulhoso da seleção ou do craque Totti”. Palavras do ex-Primeiro-Ministro Giuliano Amato, em uma entrevista concedida ao jornal La Stampa de 23 de maio.

Oriente Médio/1
Grossman e o binômio al-Qaeda–colonos

“Os únicos que desaprovaram Obama são al-Qaeda e os colonos israelenses. E devo admitir que me sinto bastante constrangido com este binômio”. Este foi o comentário de David Grossman – publicado no la Repubblica de 5 de junho – ao histórico discurso realizado no dia anterior pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Cairo.


Oriente Médio/2
Yehoshua: a paz ou o desaparecimento da identidade judaica em Israel

“O que é difícil de aceitar, e é fonte de preocupação, é que se os assentamentos [dos colonos israelenses, ndr] continuarem a ampliar-se, a solução dos dois Estados para dois povos será comprometida e, mais cedo ou mais tarde, entre o Jordão e o Mar Mediterrâneo se estenderá um único Estado povoado por duas etnias que, em razão do crescimento demográfico palestino, pouco a pouco se transformará em um Estado com a maioria palestina. Uma receita garantida para o fim de Israel”. São palavras de Abraham B. Yehoshua, em um editorial do La Stampa de 5 de junho, depois do discurso no dia anterior do presidente americano, Barack Obama, no Cairo.


Santa Sé
Baldelli penitenciário-mor

No dia 12 de junho o Papa aceitou as demissões do cardeal americano James Francis Stafford, 77 anos em julho, do cargo de penitenciário-mor. Para substituí-lo foi chamado o arcebispo Fortunato Baldelli, 74 anos em agosto, desde 1999 núncio apostólico na França.


Sacro Colégio
As demissões do cardeal Kitbunchu

No dia 14 de maio o Papa aceitou as demissões do cardeal Michael Michai Kitbunchu do cargo de arcebispo de Bangkok. Para substituí-lo foi nomeado Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, 60 anos, desde 2007 bispo de Nakhon Sawan. Kitbunchu completou 80 anos em janeiro, era arcebispo da capital tailandesa desde 1972 e foi criado cardeal em 1983.


Armas/1
O Sipri, a crise financeira e o boom das despesas militares

“No mundo as despesas militares cresceram 4 por cento, alcançando o valor recorde de 1464 bilhões de dólares, mais de 900 bilhões de euros. Com relação aos dados de dez anos atrás, o aumento foi de 45 por cento”. Deste modo, em um artigo de primeira página, o L’Osservatore Romano sintetiza o conteúdo do relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz (Sipri), o mais importante organismo neste âmbito de análise, sublinhado como este aumento das despesas militares é registrado em um mundo preocupado com uma recensão econômica particularmente dramática.


Armas/2
Israel recusa a adesão ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear

“Contrastes entre Israel e Estados Unidos sobre a questão nuclear. As autoridades do Estado judaico rejeitaram secamente um apelo de Washington para assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), o acordo internacional para limitar o recurso aos armamentos atômicos”. Notícia publicada no Avvenire de 7 de maio.


Diplomacia
Oito novos embaixadores junto à Santa Sé não-residentes em Roma

No dia 29 de maio o Papa recebeu as cartas credenciais de oito novos embaixadores não-residentes em Roma por estarem acreditados junto a uma outra sede europeia. Trata-se dos representantes da Mongólia (Danzannorov Boldbaatar, residente na Suíça), Índia (Chitra Narayanan, residente na Suíça), Benin (Charles Borromée Todjinou, residente na Bélgica), Nova Zelândia (Robert Carey Moore-Jones, residente na Espanha), África do Sul (George Johannes, residente na Suíça), Burkina Faso (Beyon Luc Adolphe Tiao, residente na França), Namíbia (Neville Melvin Gertze, residente na Alemanha), Noruega (Rolf Trolle Andersen, residente na Suíça).