30DIAS NA IGREJA E NO MUNDO
PAPA
A Confissão é “caminho” para a nova evangelização
Fiéis em fila diante do confessionário de São Pio de Pietrelcina
ANO DA FÉ
Vittorio Messori: a fé é apenas “apostar” na ressurreição de Jesus
Maria Madalena e a outra Maria no sepulcro
IGREJA
A predileção de Deus é “por aquilo que é pequeno”
“‘As grandes coisas iniciam sempre em um grão de mostarda e os movimentos de massa têm sempre uma breve duração’. Esta frase escrita pelo Papa Bento XVI, quando ainda era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, para descrever as exigências de uma nova evangelização, evidencia bem o que Joseph Ratzinger considera muito como teólogo, bispo e papa”. Este é o incipit de um artigo do cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, publicado no L’Osservatore Romano de 15 de abril passado. Por isso, para o cardeal, o Santo Padre, coloca como “princípio basilar” do agir de Deus na história exatamente a predileção “por aquilo que é pequeno”. E explica: “O grão de mostarda não é apenas uma comparação da esperança cristã, mas evidencia também que o grande nasce do pequeno não por meio de reviravoltas revolucionárias e nem mesmo porque nós homens assumimos a sua direção, mas porque isso acontece de modo lento e gradual, seguindo uma dinâmica própria. Diante disso, o comportamento cristão só pode ser de amor e paciência, que é o profundo respiro do amor. [...] Ao contrário, nós homens, somos sempre tentados a usar os detalhes pelo todo, a trocar o finito pelo infinito e, consequentemente, a dar muita importância, na comparação de Jesus, ao crescimento; queremos com nervosa impaciência, ter com muita rapidez uma grande árvore robusta e, se preciso, para isso ajudar com as nossas mãos, no esforço de obter logo um resultado de todo o respeito, e na pastoral corremos o risco de confundir o cuidado das almas com a preocupação com os números [...]. Com a comparação do grão de mostarda o Papa sublinha que a ação na Igreja deveria ter como ponto de referência o seu mistério e não exigir logo a criação de uma grande árvore. A Igreja é ao mesmo tempo grão de mostarda e árvore e o Papa sublinha isso com precisão: ‘Talvez nós devamos, a Igreja deveria se encontrar diante de grandes provas (1Ts 1,6) para aprender novamente do que vive também hoje, vive pela esperança do grão de mostarda e não pela força dos seus projetos e das suas estruturas’”.
Curtas
IGREJA/1
Giuseppe Bertello, a fé dos simples e os milagres de Jesus
“Há dois modos de se aproximar de Jesus: com a atitude dos ‘sábios’, que colocam em dúvida as suas palavras, ou com o das pessoas simples, que dão testemunho dos milagres de Cristo e têm olhos para ver o Esperado”. São palavras do cardeal Giuseppe Bertello, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, em uma homilia durante a missa celebrada na igreja de Santa Maria da Piedade perto do Coliseu. As palavras do cardeal foram retomadas no L’Osservatore Romano de 4 de abril.
IGREJA/2
Francesco Moraglia e o ano da fé
No dia 25 de março o novo patriarca de Veneza, Francesco Moraglia, assumiu a nova sede episcopal. Na sua primeira missa falou sobre o trecho do Evangelho que se refere à Ceia de Emaús. Apresentamos uma passagem: “Os dois peregrinos – Cléopas e o companheiro de estrada – estão caminhando com Jesus ressuscitado e estão tristes porque, para eles, Jesus ainda está morto; em um determinado momento, querem até mesmo explicar justamente a Ele o que aconteceu alguns dias antes em Jerusalém [...]. Parece que se entrevê, nesta confusa tentativa, a imagem de certa teologia, mais de boa vontade do que iluminada, toda dedicada à árdua e improvável tarefa de salvar, por meio das próprias categorias, Jesus Cristo e a Sua Palavra. Mas nesta imagem nós também estamos representados toda vez que, com nossos planos pastorais, com os nossos projetos e debates, prescindindo de uma verdadeira fé, pretendemos explicar a Jesus Cristo quem Ele é. Cléopas, o seu companheiro de estrada – e depois deles os discípulos de todos os tempos – no final exprimem toda a sua desolação e desconfiança para com Jesus e sua obra, as palavras dos dois e o uso do tempo imperfeito são inequivocáveis: ‘... Nós esperávamos que fosse Ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram!...’ (Lc 24, 21). Quando a fé deixa de existir, ou não tem condições de sustentar e fecundar a vida dos discípulos, então todo o discurso teológico, todo o plano pastoral ou cobertura mediática, parecem insuficientes. E nós nos encontramos nas mesmas condições dos dois discípulos de Emaús, incapazes de ir além das suas lógicas, de seus estados de ânimo, descobrindo-nos prisioneiros dos seus medos. Consideremos tudo isso nas vésperas do incipiente Ano da Fé”.
Uma manifestação em Tel Aviv contra a hipótese de um ataque preventivo israelense às usinas nucleares iranianas, 24 de março de 2012
[© Associated Press/LaPresse]
David Grossman: “Por que digo não à guerra ao Irã”
O famoso romancista israelense David Grossman escreveu no jornal la Repubblica de 12 de março: “O Irã, como se sabe, não é apenas um país fundamentalista e extremista. Uma grande parte da população é leiga, culta e progredida. Numerosos representantes dessa grande faixa média manifestaram com coragem e arriscando a própria vida contra um regime religioso, tirânico e que detestam. Não estou dizendo que uma parte do povo iraniano tenha simpatia por Israel, mas um dia, no futuro, estas pessoas poderiam governar o Irã e talvez serem mais inclinadas a Israel. Porém, esta possibilidade desapareceria se Israel atacasse o Irã configurando-se como uma nação arrogante e megalômana, um inimigo histórico contra o qual lutar exaustivamente, mesmo aos olhos dos moderados iranianos. Esta eventualidade é mais ou menos perigosa do que um Irã nuclear? E o que fará Israel se a um certo ponto a Arábia Saudita também quiser armas nucleares e as obtiver? Desencadeará um outro ataque? E se o Egito, sob novo governo, também escolher esta estrada? Israel bombardeará? E será para sempre o único país da região autorizado a ter armas nucleares? [...] Um tal ataque seria arriscado, precipitado e poderia mudar completamente o nosso futuro, não ouso nem mesmo imaginar como. Aliás, não: eu posso imaginar, mas minha mão se recusa a escrevê-lo”.