Rubriche
Extraído do número01 - 2004



Papa/1
Aquela surpreendente afirmação: "O Verbo fez-se homem e habitou entre nós"

"Neste primeiro Domingo do novo ano, o segundo depois do Natal, a liturgia propõe novamente para a nossa meditação a estupenda página do Prólogo do Evangelho de João. ‘No princípio ele escreve era o Verbo..." (Jo 1, 1). O termo grego é ‘Logos’, mas no pensamento do Apóstolo a referência é à Sabedoria, que no Antigo Testamento se personifica como reguladora do cosmos e da história. "... e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus... Tudo foi feito por meio dele’ (Jo 1, 1.3.).
Eis, portanto, a afirmação surpreendente: ‘O Verbo fez-se homem e habitou entre nós’ (Jo 1, 14 ). É o próprio João que fixa o olhar da fé na origem divina de Cristo, insistindo com força sobre a realidade da sua Encarnação. Ela aproxima dois termos aparentemente incompatíveis: ‘Verbo’ e ‘carne’. Sim! Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. É o Unigênito Filho de Deus, que João e os outros Apóstolos ‘viram’, ‘ouviram’ e ‘tocaram’ (cf. 1 Jo 1, 1-3). Na sua humanidade habita toda a plenitude da sua divindade (cf. Cl 2, 9).
Caríssimos, guiados pelo evangelista João, aproximemo-nos do mistério do Menino de Belém, em quem Deus revelou plenamente o seu rosto. Permaneçamos em silêncio com a Virgem Maria diante do Verbo eterno que por nós se fez criança. A quantos crêem no seu nome, tanto hoje como então, Ele dá o ‘poder de se tornar filhos de Deus’ (cf. Jo 1, 12). Este é o mistério e o dom do Natal!". Com estas palavras João Paulo II introduziu o Angelus dominical de 4 de janeiro.


Papa/2
Feliz Ano Novo aos grandes povos do Oriente

"Aos grandes povos do Oriente — sobretudo Chineses, Vietnamitas e Coreanos —, que nos próximos dias celebrarão com alegria o fim-de-ano lunar, asseguro a minha proximidade e desejo de coração serenidade e prosperidade". Palavras do Papa depois do Angelus dominical de 18 de janeiro.


Cardeais/1
Etchegaray: o Natal e a maravilha do menino

"Natal é a festa mais importante". "Sem dúvida. Antes ninguém tinha visto Deus, e, em Belém, Maria, José, alguns pastores e alguns reis Magos foram os primeiros a vê-lo sob imagem de um frágil recém-nascido. Nada mais impressionante! Lembro-me das palavras do astronauta Armstrong: ‘O importante não é que o homem tenha caminhado na lua, mas que Deus em Jesus tenha caminhado na terra’". "O que é que o mundo mais precisa nesta véspera de Natal?". "Precisa encontrar um coração de menino que se abra à vida e se maravilhe de tudo". São alguns trechos de uma entrevista concedida pelo cardeal Roger Etchegaray ao jornal La Stampa, de 21 de dezembro.


Cardeais/2
Martini: o pequeno evento de Belém e o Apocalipse

A Igreja "quer recordar com gratidão o pequeno evento de Belém que, para os que crêem, mudou a história do mundo e nos permite olhar com confiança os momentos mais difíceis da vida, pois iluminados e redimidos pelo novo sentido dado aos acontecimentos humanos pela presença do filho de Deus. Mas não nos limitamos à recordação comemorativa. Proclama-se a confiança na vinda dAquele que "enxugará toda a lágrima dos seus olhos", pois, "nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais" (Ap 21, 4) e renova-se a esperança com a qual "nós esperamos novos céus e nova terra onde habitará a justiça" (2Pd 3, 13). Por isso o grito dos primeiros cristãos, apresentado na página conclusiva do Apocalipse era: ‘Vem, Senhor Jesus’". Trecho de um artigo escrito pelo cardeal Carlo Maria Martini, por ocasião do Natal, no jornal La Repubblica de 24 de dezembro.


Cardeais/3
Martino: os que esquecem do direito internacional

"A Mensagem mostra como um dos frutos mais importantes do direito internacional tenha sido, depois da Segunda Guerra Mundial, a instituição da Organização das Nações Unidas, chamada a "vigiar a paz a segurança global e a encorajar os esforços dos Estados para manter e garantir estes fundamentais bens da humanidade" (n. 6) tendo como base ‘a proibição do recurso à força’ (n. 6). O Santo Padre recorda aos esquecidos que as exceções a esta proibição são apenas duas: o direito natural à legítima defesa, a ser exercido com os critérios da necessidade e da proporcionalidade, no âmbito das Nações Unidas e o sistema de segurança coletiva, ‘que garante ao Conselho de Segurança a competência e a responsabilidade em matéria de manutenção da paz, com poder de decisão e amplo discernimento’ (n. 6). Este é um dos parágrafos do discurso lido pelo cardeal Renato Raffaele Martino, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, no dia 6 de dezembro por ocasião da apresentação da Mensagem do Papa para o 37° Dia Mundial da Paz, celebrada em 1� de janeiro de 2004.


Cardeais/4
Ruini: quando jovem eu jogava como ponta para não causar danos...

"Sinto muito afeto pelo cardeal Tarcisio Bertone principalmente depois que me designou centroavante; pois quando eu era jovem era sempre colocado como ponta para fazer menos danos possíveis...". Essas foram as simpáticas palavras usadas pelo cardeal Camillo Ruini ao apresentar o Bispo de Gênova, convidado a falar na Basílica de São João de Latrão, junto com o escritor Gaspare Barbiellini Amidei, sobre o tema: "De geração em geração, família e transmissão de valores". O encontro, realizado dia 20 de janeiro, faz parte da série "Diálogos na catedral". A tirada do cardeal -vigário refere-se ao imaginário "time da Igreja", lançado por brincadeira pelo cardeal Tarcisio Bertone, quando, em 11 de janeiro por ocasião do jogo Sampdoria-Juventus, improvisou-se cronista esportivo para o canal de televisão local, Telenord (junto com outro famoso apresentador Gianni Vasino). Na ocasião, o cardeal, a pedido dos jornalistas, designou um "time" de cardeais com Joseph Ratzinger como treinador, Angelo Sodano como armador, Dionigi Tettamanzi zagueiro e Camillo Ruini centroavante...


Cardeais/5
Faleceu o cardeal Tzadua, os 80 anos de Korec

Em 11 de dezembro faleceu o cardeal da Etiópia Paulos Tzadua, 82 anos, de 1977 a 1998 arcebispo de Adis Abeba.
Em 22 de janeiro completou 80 anos o cardeal jesuíta eslovaco Jan Korec, bispo de Nitra desde 1990. Portanto nessa data, o Colégio dos Cardeais resulta composto por 192 purpurados, dos quais 130 com direito ao voto em um eventual conclave.
No mês de fevereiro 3 cardeais completarão 80 anos: dia 5, o indiano Simon Lourdusamy, dia 21, o italiano Silvano Piovanelli, dia 29, o polonês Andrzej Deskur.

Santos/1
Carta do Papa sobre a doutrina mariana de São Luís Maria Grignion de Montfort. São João de Ávila próximo doutor da Igreja?

No dia 13 de janeiro foi publicada uma carta escrita por João Paulo II por ocasião do 160� aniversário da publicação do Tratado sobre a verdadeira devoção à Santa Virgem de São Luís Maria Grignion de Montfort. "A doutrina deste santo", evidenciou o Papa, "exerceu uma profunda influência sobre a devoção mariana de muitos fiéis e sobre a minha própria vida".
Porém, depois dessa carta parece desaparecer a hipótese de que São Luís Maria possa ser proclamado doutor da Igreja como tinha sido, merecidamente, desejado.
Enquanto isso, na pole position para se tornar doutor da Igreja está São João de Ávila, que viveu entre 1500 e 1569, amigo de Santa Teresa de Ávila, de São João de Deus e de São Francisco Borgia. São João de Ávila, que é considerado um dos teólogos de referência do Concílio de Trento, foi canonizado em 1970, é padroeiro do clero secular espanhol e a causa para promovê-lo doutor da Igreja foi promovida pelo episcopado espanhol (CEE). Segundo os representantes da CEE citados pela agência de notícias católica Aciprensa de 16 de janeiro, a causa introduzida para declarar São João de Ávila doutor da Igreja "estaria muito próxima da aprovação definitiva".


Santos/2
Carlos de Hasburgo rumo aos altares. Isabel de Castilha não

No dia 20 de dezembro foram promulgados os decretos referentes aos milagres atribuídos pela intercessão de quatro beatos, entre os quais Gianna Beretta Molla, e de sete servos de Deus, entre os quais Carlos I da Áustria, assim como o reconhecimento de virtudes heróicas de sete servos de Deus. Prevê-se que no decorrer de 2004 Carlos de Hasburgo possa ser beatificado.
No entanto não parece estar próximo o dia em que Isabel de Castilha, a catolicíssima fundadora da monarquia espanhola, poderá subir às honras dos altares. Apesar de serem comemorados neste ano os 500 anos da sua morte. Sobre o caso de Isabel, a Santa Sé parece intencionada a se mover com muita cautela por dois motivos. Um porque a favor dessa beatificação não há unanimidade no episcopado espanhol (os prelados bascos e catalães não parecem favoráveis). O outro motivo seria pela expulsão dos judeus e dos mouros das terras ibéricas, posta em prática justamente durante o reinado de Isabel, que poderia criar problemas com o mundo islâmico e judaico.


Salesianos/1
Enrico dal Covolo postulador geral dos Salesianos

No dia 10 de dezembro foi anunciada a nomeação de Enrico dal Covolo como novo postulador geral dos Salesianos. Foi nomeado pelo reitor-mor, padre Pascual Chávez, no lugar do padre Pasquale Liberatore, falecido imprevistamente no final de outubro. O vêneto padre Enrico Dal Covolo, 53 anos, é sacerdote desde 1979. A partir de 1986 começou a lecionar na Faculdade de Letras Cristãs e Clássicas da Universidade Pontifícia Salesiana e nesses últimos anos prestou serviço como consultor junto à Congregação para o Culto Divino e à Congregação para a Doutrina da Fé. Pe. Dal Covolo foi nomeado por um período determinado, com a tarefa de levar adiante as causas em curso e outras eventuais práticas urgentes neste setor, permanecendo ainda como docente da Universidade Salesiana. Entre as causas que o padre Dal Covolo "herda" do padre Liberatore, consta a do Papa João Paulo I. A este propósito padre Enrico lembra com prazer que o seu tio paterno, dom Antonio dal Covolo, foi colega de estudos teológicos de Albino Luciani, o qual, além de tudo, era grande amigo de família.


Salesianos/2
Título de doutor honoris causa ao diretor do Banco Central da Itália

O diretor do Bankitalia, Antonio Fazio, recebeu o título de doutor honoris causa em Teologia Moral Social na Universidade Pontifícia Salesiana. A cerimônia foi realizada em 13 de dezembro. Estavam presentes os cardeais Roger Etchegaray, Agostino Cacciavillan e Antonio Maria Javierre Ortas, e também Cesare Geronzi, presidente do banco Capitalia. Como canto inicial foi escolhido um moteto do século XVI: Estote fortes in bello et pugnate. Antes de pronunciar a sua lição doutoral sobre "Economia e Ciências morais" Antonio Fazio recordou do salesiano padre Domenico Villani, ao qual, — disse o diretor — "devo muito", como, "conselheiro espiritual e cultural".


Crise Parmalat/1
O Bispo de Parma

"Hoje não podemos fazer de conta que a crise da Parmalat não existe ou que está fora da Igreja". Palavras de dom Silvio Cesare Bonicelli, bispo de Parma, durante a homilia da missa celebrada na cidade de Collecchio, sede da Parmalat. As palavras do bispo foram publicadas no jornal La Repubblica de 19 de janeiro.


Crise Parmalat/2
Camillo Ruini na CEI

Em um artigo escrito por Leonardo Zega, publicado na primeira página do jornal La Stampa de 20 de janeiro, foram retomadas algumas declarações de respeitáveis expoentes da Igreja sobre o caso Parmalat, em particular as palavras do bispo de Parma e do cardeal Camillo Ruini, o qual evidenciou como "amargas surpresas desse gênero levam a redescobrir com força o valor da ética, não simplesmente como um fator externo às atividades econômicas, mas como condição intrínseca de um saudável e construtivo desenvolvimento". O artigo conclui: "A Igreja demonstrou estar vigilante e atenta a um fenômeno degenerativo que pesa muito na vida e na moral dos cidadãos. Reparando também algumas inculpáveis"distrações". Houve um tempo em que o senhor Calisto Tanzi [diretor da Parmalat, ndr.] era cordialmente reverenciado por todos, inclusive pelo clero. Mas quem poderia saber, se até mesmo vigilantes deputados, o próprio Tanzi e os seus mais estreitos colaboradores declaram que nunca tinham se dado conta de nada?".


Crise Parmalat/3
O barco de Göring

"Dizem que pertencia a Hermann Göring, e que depois da guerra foi levado aos Estados Unidos como espólio de guerra. Dizem que o nome, Te Vega, tenha sido inspirado na esposa sueca do marechal nazista. Dizem também que não seja um bom talismã". Nota publicada no La Repubblica de 7 de janeiro sobre o barco adquirido por Calisto Tanzi.


Itália/1
Caffarra arcebispo de Bolonha no lugar de Biffi

No dia 16 de dezembro Carlo Caffarra foi nomeado arcebispo de Bolonha no lugar do cardeal Giacomo Biffi, que completou 75 anos em 13 de junho passado. Caffarra, 65 anos, nasceu em Busseto (o berço de Giuseppe Verdi) e é sacerdote desde 1961. Especialista em doutrina moral do matrimônio e em temas de bioética ligados à procriação, em 1974 foi chamado por Paulo VI para fazer parte da Comissão Teológica Internacional onde permaneceu por dois mandatos qüinqüenais. Em 1981, Papa João Paulo II indicou-o como responsável do novo Pontifício Instituto "João Paulo II" para estudos sobre o matrimônio e família e em 1995 nomeou-o arcebispo de Ferrara-Comacchio, cargo que conservou até a sua nomeação para Bolonha. É um dos poucos eclesiásticos que possuem um site totalmente dedicado a ele — www.caffarra.it — de onde os seus fãs difundem suas homilias e outros discursos.
Ao comentar a sua nomeação foi notado que a arquidiocese de Ferrara declara contar com 40 seminaristas maiores, um número notável, principalmente se for comparado com as dimensões da diocese (276 mil fiéis): basta pensar em Bolonha (919 mil fiéis), que conta com 34.


Itália/2
Menichelli arcebispo de Ancona, Pascarella coadjutor em Pozzuoli

No dia 8 de janeiro Edoardo Menichelli, 64 anos, foi nomeado arcebispo de Ancona-Osimo. Menichelli, nascido em Macerata, era desde 1994 arcebispo de Chieti-Vasto, e antes disso trabalhara na Cúria Romana como oficial da Signatura Apostólica e da Congregação para as Igrejas Orientais, onde foi secretário particular do cardeal Achille Silvestrini.
No dia 10 de janeiro Gennaro Pascarella, 56 anos, de Cervino, foi nomeado bispo coadjutor de Pozzuoli. Ordenado sacerdote em 1974, era arcebispo de Ariano Irpino-Lacedonia desde 1998.


Arábia
Nomeado auxiliar para dom Gremoli

No dia 20 de dezembro o capuchinho suíço Paul Hinder, 61 anos, foi nomeado bispo auxiliar para o vicariato apostólico da Arábia. Estará ao lado do titular, o capuchinho italiano Giovanni Bernardo Gremoli, 77 anos, que está em Abu Dhabi desde 1975. Hinder, depois de ter realizado suas atividades pastorais no seu país de origem, entre 1993 e o ano de 2000 foi vice-presidente dos Capuchin Friars International e desde 2001 é definidor geral da sua ordem.


Santa Sé/1
De Paolis secretário da Signatura, Di Mauro delegado da Apsa

No dia 30 de dezembro o escalabriniano Velasio de Paolis, 68 anos, nascido em Sonnino, no Lácio, foi nomeado secretário do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica. Assume o lugar de Francesco Saverio Salerno, que completou 75 anos em 27 de agosto passado. De Paolis, sacerdote desde 1961, doutor em Direito Canônico na Gregoriana e graduado em Direito na Universidade La Sapienza de Roma, desde 1971 leciona na Gregoriana e desde 1987 também na Urbaniana onde, desde 1998 é decano da Faculdade de Direito Canônico. É consultor de numerosos dicastérios da Cúria Romana.
No dia 2 de janeiro padre Vincenzo Di Mauro, 52 anos, de Monza, foi nomeado delegado da seção ordinária da Administração do Patrimônio da Santa Sé, Apsa. Di Mauro, sacerdote desde 1976, formado em Letras, foi chefe de departamento do Pontifício Conselho para os Leigos de 1995 a 1998, quando se tornou pároco de Santa Maria do Caravaggio, em Milão.


Santa Sé/2
Stiglitz nomeado membro da Academia das Ciências Sociais

No dia 20 de dezembro Joseph Stiglitz, 60 anos, professor de Economia na Columbia University, foi nomeado membro ordinário da Pontifícia Academia das Ciências Sociais. Stiglitz foi presidente dos conselheiros econômicos do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, de 1993 a 1997, assim como vice-presidente dos economistas do Banco Mundial de 1995 a 2000. Em 2001 recebeu o Prêmio Nobel de Economia.


Diplomacia/1
Morto o Arcebispo Courtney, núncio em Burundi. Nomeado no seu lugar Gallagher

No dia 29 de dezembro foi assassinado o arcebispo irlandês Michael Aidan Courtney, núncio em Burundi. Estava voltando para a capital Bujumbura quando o jipe no qual viajava caiu numa emboscada e foi atingido por vários tiros. Courtney era núncio do país africano desde 2000. No mesmo dia da sua morte chegara à Secretaria de Estado a apreciação oficial das autoridades de Havana para a sua nomeação a núncio em Cuba.
É a primeira vez, ao menos em época moderna, que um núncio tem uma morte violenta. No passado houve, contudo, expulsões e agressões, como aconteceu, por exemplo, no início dos anos 90 no Haiti com o então núncio Giuseppe Leanza.
No dia 22 de janeiro foi anunciado o sucessor de Courtney. Trata-se de Paul Richard Gallagher, que completou 50 anos um dia depois da sua nomeação, nascido em Liverpool, na Grã Bretanha, que contextualmente foi elevado à dignidade arquiepiscopal. Sacerdote desde 1977, em 1984 entrou para o serviço diplomático do Vaticano e trabalhou na Tanzânia, Uruguai, Filipinas e na seção das Relações com os Estados da Secretaria de Estado do Vaticano. Desde 2000 era observador permanente junto ao Conselho da Europa em Estrasburgo.


Diplomacia/2
Causero núncio na República Tcheca, Moliner na Etiópia e Djibuti

No dia 10 de janeiro o arcebispo Diego Causero foi nomeado núncio Apostólico na República Tcheca. Causero, 64 anos, italiano, é sacerdote desde 1963 e entrou para a diplomacia vaticana em 1973 trabalhando nas representações pontifícias da Nigéria, Espanha, Síria, Austrália, Genebra (ONU), Albânia. Em 1993 foi promovido a arcebispo e núncio apostólico na República Centro-Africana e Congo. Desde 1999 era representante pontifício na Síria.
Em 17 de janeiro o arcebispo Ramiro Moliner Inglés, 63 anos, espanhol, foi nomeado núncio apostólico na Etiópia e em Djibuti e delegado apostólico na Somália. Entrou para o serviço diplomático em 1973 e realizou suas atividades nas nunciaturas de Nova Zelândia, Equador, Costa Rica, Brasil, Uruguai, Sudão e Grã Bretanha. Em 1993 foi promovido a arcebispo e a núncio apostólico em Papua Nova-Guiné e nas Ilhas Salomão. Desde 1997 era representante pontifício na Guatemala. É importante observar que, até esta nomeação, o cargo de delegado apostólico na Somália era associado ao de núncio no Sudão.


Diplomacia/3
Novos embaixadores do Paraguai, República Dominicana, Costa do Marfim e Indonésia

No dia 9 de dezembro foram apresentadas as cartas credenciais do novo embaixador do Paraguai junto à Santa Sé. Trata-se de Marcos Martinez Mendieta, 64 anos, na carreira diplomática desde 1967, ex-representante nos Estados Unidos, Alemanha e desde 2001 vice-ministro das Relações Exteriores.
No dia 15 de dezembro foi a vez do novo embaixador da República Dominicana, Carlos Rafael Conrado Marion-Landais Castillo, 63 anos, professor universitário, desde 1999 gerente do programa de construção de escolas elementares do seu país.
No dia 10 de janeiro entregou suas cartas credenciais o novo embaixador da Costa do Marfim e Indonésia. O novo representante do país africano é Kouamé Benjamim Konan, 54 anos, diplomata de carreira, nos últimos quatro anos era o primeiro-conselheiro na embaixada da África do Sul. Da Indonésia apresentou-se Bambang Prayitno, 58 anos, também diplomata de carreira, nos últimos três anos ministro da embaixada da Áustria.
Também, no dia 12 de dezembro, apresentaram suas cartas credenciais quatro embaixadores junto à Santa Sé que não residem na Urbe. Tratam-se dos novos representantes da Dinamarca (Birger Dan Nielsen, 60 anos, residente na Suíça), Singapura (Walter Woon, 47 anos, Bélgica), Catar (Mohammad Jaham Abdulaziz Al-Kawari, 45 anos, França), Estônia (Priit Kolbre, 47 anos, residente em pátria).


Diplomacia/4
Balboni Acqua novo embaixador da Itália

No dia 9 de janeiro apresentou suas cartas credenciais ao Papa o novo embaixador da Itália junto à Santa Sé. Trata-se de Giuseppe Balboni Acqua, 63 anos, da cidade de Osimo, na região das Marcas, diplomata de carreira, casado com dois filhos. De 1993 a 1997 foi embaixador em Varsóvia. Sobre isso, o novo embaixador leu no seu discurso: "Tenho uma inesquecível lembrança daquela missão diplomática, da riqueza de fervor cristão do povo polonês, do generoso empenho pastoral das numerosas autoridades eclesiásticas que pude encontrar e da grande dedicação das autoridades civis nacionais e locais ao bem comum".


Diplomacia/5
Modificação da convenção monetária Itália-Santa Sé

No dia 22 de dezembro foi realizado no Ministério das Relações Exteriores da Itália a troca de notas sobre a modificação da convenção monetária entre a Itália, por conta da União Européia, e o Estado da Cidade do Vaticano, assinada em Roma em dezembro de 2000. A modificação consente à Santa Sé de aumentar o contingente de euro (de 670 mil a 1 milhão) com a própria efígie em relação aos quantitativo de três anos atrás.




Ministro do Interior e a carta de Paulo VI às Brigadas Vermelhas


Paulo VI com Aldo Moro

Paulo VI com Aldo Moro

"Desde que assumi o cargo de Ministro do Interior, tenho às minhas costas, emoldurada, a carta com o apelo de Paulo VI aos homens das Brigadas Vermelhas, aquela tentativa para salvar a vida do presidente Aldo Moro que, infelizmente, não deu certo. Olho-a diariamente e olhei-a esta manhã. Com emoção". Este foi o primeiro comentário, publicado no La Repubblica de 15 de janeiro, do Ministro do Interior Giuseppe Pisanu, ao deterem, na cidade do Cairo, dois históricos fugitivos das Brigadas Vermelhas, entre os quais Rita Algranati que, em 16 de março de 1978, participou ao atentado de Via Fani, em Roma, durante o qual foi seqüestrado o presidente Aldo Moro e foram assassinados os agentes de escolta.




Os ativistas da Redenção


A prisão de um colono por parte da polícia israelense

A prisão de um colono por parte da polícia israelense

Assim foram definidos, em um artigo publicado no La Repubblica de 23 de dezembro, os membros do movimento dos colonos religiosos ativo em Israel desde 1977 e que tanto influenciaram, e influenciam, as escolhas políticas do Estado. Apresentamos um trecho: “Filhos do encontro entre sionismo e judaísmo ortodoxo, os colonos religiosos se nutrem da ‘teologia da Terra’. Uma teologia política muito pouco secularizada, que se fundamenta em uma particular crença religiosa. Aquela, segundo a qual, apenas a posse de toda a Terra de Israel [...] permitirá a reunião de todo o povo de Israel sob o sinal da Torah de Israel. Condição fundamental para o acontecimento da Redenção, que põe fim ao exílio do homem em relação a Deus e restabelece a harmonia original do Universo, o tikkun, interrompida pela catástrofe cósmica que originou o Mal. Ao contrário da tradição judaica, que confia à vontade divina tempos e modos da Redenção, os seguidores da ‘teologia da Terra’, promotores de um ativismo messiânico, consideram que os homens devam exercer um papel para acelerar o processo salvífico. Por isso colonizam a Terra. A posse de Eretz Israel é concebido como catalizador de um evento destinado a marcar o destino do mundo. Qualquer um, palestino ou israelense, que se oponha à integridade de Eretz Israel em nome da fórmula ‘paz por territórios’ obstrui não apenas um processo político, mas um evento de natureza divina”.




Os “neocon” e a cultura política da “velha Europa”


João Paulo II com José Maria Aznar, dia 23 de janeiro de 2004

João Paulo II com José Maria Aznar, dia 23 de janeiro de 2004

Domingo, 21 de dezembro, ao comentar o resultado eleitoral da Generalitat Catalana (o Parlamento catalão, cuja presidência coube ao socialista Pasqual Maragall, graças ao apoio dos Independentistas da Esquerra republicana de Catalunya e dos Pós-comunistas de Initiativa per Catalunya), o jornal La Stampa publicou uma interessante análise de Enric Juliana, vice-diretor do Vanguardia de Barcelona. Apresentamos a con-clusão: “E, justamente como acontece em muitas partes do mundo depois de 11 de setembro, na Espanha, dois modos diferentes de pensar estão a ponto de se embaterem frontalmente: por um lado, o pensamento ‘neocon’, do qual Aznar é um importante expoente, que se alimenta da polarização, que não evita a ação e tende a considerar qualquer acordo como sinal de fraqueza; do outro, a cultura política da ‘Velha Europa’ (social-democrata e cristã-democrata), pronta a fazer pactos, que olha ao federalismo e é contrária aos conflitos armados. A ‘virada’ catalã, muito mais do que o terrível e estéril problema basco, é a chave de uma situação apaixonada na qual não está garantido o final feliz”.


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