Rubriche
Extraído do número08 - 2007


IGREJA

Martini: “Gosto do latim, porém...”


Carlo Maria Martini

Carlo Maria Martini

O caderno dominical do jornal Il Sole 24 Ore de 29 de julho publicou um texto do cardeal Carlo Maria Martini arcebispo emérito de Milão, sobre o motu proprio que liberaliza a celebração da missa segundo o antigo rito. Assim escreveu o cardeal: “O antigo rito foi o da minha primeira comunhão, das incipientes experiências de coroinha, dos contatos com a Palavra de Deus oferecidos pela liturgia. Foi o rito da minha ordenação sacerdotal, das minhas missas, dos sacramentos recebidos”. E, depois: “Portanto, eu teria credenciais para aproveitar do recente motu proprio e voltar a celebrar a missa com o antigo rito. Mas não farei isso”. Depois de ter dado os motivos desta escolha, fala sobre as dificuldades dos bispos, que não podem “multiplicar as celebrações” nem encontrar ministros “em condições de resolver todas as exigências”.




MUNDO

Brzezinski contra as bases antimísseis americanas na Polônia


Papa Bento XVI durante o cAngelus/c de domingo,  29 de julho

Papa Bento XVI durante o cAngelus/c de domingo, 29 de julho

A instalação de sistemas antimísseis americanos na Polônia? “Zbigniew Brzezinski tem razão quando define esta iniciativa absurda e irritante, acerca da colocação injustificada ‘na porta ao lado’ da Rússia”. Palavras de Arrigo Levi, em um artigo publicado no La Stampa de 31 de julho com o título Atômica, os temores do Papa, que comenta o apelo de Bento XVI, no Angelus de 29 de julho, pelo desarmamento e a não proliferação nuclear.





Papa Bento XVI com as crianças

Papa Bento XVI com as crianças

Papa
As maravilhas da criação e os espaços de inferno

“Se os homens vivessem em paz com Deus e entre eles, a Terra seria deveras semelhante a um ‘paraíso’. Mas infelizmente o pecado arruína sempre este projeto divino, gerando divisões e fazendo entrar a morte no mundo. Desta forma os homens cedem às tentações do Maligno e fazem guerra uns aos outros. Como conseqüência disto, neste maravilhoso ‘jardim’ que é o mundo, abrem-se espaços de ‘inferno’”. Palavras do Papa no Angelus recitado em Lorenzago di Cadore em 22 de julho passado. Justamente naquele dia completavam-se os 90 anos da célebre Notas às potências beligerantes redigida por Bento XV. Bento XVI assim recordou o documento: “Enquanto aquele imenso conflito se alastrava, o Papa teve a coragem de afirmar que se tratava de um ‘massacre inútil’. Esta sua expressão ficou gravada na história. Ela justificava-se na situação concreta daquele verão de 1917, especialmente nesta frente véneta. Mas aquelas palavras, ‘massacre inútil’, contêm também um valor mais amplo, profético, e podem-se aplicar a muitos outros conflitos”.


Sagrado Colégio
As demissões do cardeal Keeler em Baltimore. O’Brien no seu lugar

No dia 12 de julho foi aceito o pedido de renúncia ao governo pastoral da arquidiocese de Baltimore (EUA), apresentada pelo cardeal William Henry Keeler, que completou 76 anos em março. Para o seu lugar foi nomeado Edwin Frederick O’Brien, 68 anos, nascido em Nova York (Bronx), desde 1997 ordinário militar. Ordenado sacerdote pelo cardeal Francis Spellman em 1965, pela arquidiocese de Nova York, obteve o doutorado em Teologia Moral junto à Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino em Roma. De 1990 a 1994 foi reitor do Pontifício Colégio Norte-Americano de Roma. Nomeado auxiliar de Nova York em 1996, em abril de 1997 foi nomeado arcebispo coadjutor do Ordinariato Militar, do qual se tornou ordinário em agosto do ano seguinte. De 2005 a 2006 foi coordenador da Visitação Apostólica dos Seminários e Casas de Formação nos Estados Unidos.


Oriente Médio/1
Arrigo Levi: Israel negocie com todos os que quiserem negociar

Negociar ou não com o Hamas? Esta é a pergunta analisada pelo editorial do jornal La Stampa de 20 de julho escrita por Arrigo Levi com o título Israel, a paz se faz com os inimigos. Segue uma passagem: “Porém, o que a memória histórica ensina, ao menos me parece, é que a salvar Israel jamais será a força militar, mesmo que a potência militar israelense seja uma pré-condição necessária para a sobrevivência do Estado judaico; e que o caminho da negociação, com qualquer um que aceite, de qualquer modo e por qualquer caminho público ou reservado, começar a negociar com Israel, mesmo adiando para o final e ao hipotético sucesso da negociação o reconhecimento público e final de Israel, permanece sendo a única linha certa, mesmo sem nenhuma garantia do sucesso. Explorar a possibilidade de abrir este caminho, por mais difícil que possa parecer, parece-me o mais certo hoje como o era dez, vinte ou trinta anos atrás: todos os governos israelenses do passado deixaram sempre aberta ou encostada a porta que leva ao caminho da negociação, com todos os que reconhecem ou não Israel, desde que estivessem dispostos a negociar com Israel”.


Oriente Médio/2
Powell: O Hamas venceu as eleições desejadas pelo Ocidente

“Não creio que se possa buscar uma solução aos problemas da região sem levar em conta o papel do Hamas na comunidade palestina”. Assim falou Colin Powell, segundo o qual o Hamas “venceu as eleições que nós insistimos que se realizassem”. Palavras do ex-Secretário de Estado dos Estados Unidos publicadas no Corriere della Sera de 20 de julho.


Oriente Médio/3
Unicef: as crianças iraquianas estavam melhor sob o regime de Saddam

“No Iraque vivia-se melhor sob o regime ditatorial de Saddam Hussein. Este anúncio foi dado dois anos atrás em uma entrevista com o ex-primeiro ministro iraquiano Ayad Allawi e, num relatório, pelo especialista junto à Comissão dos Direitos Humanos da ONU, Jean Ziegler. A maioria dos iraquianos também já confirmara todas as vezes que eram entrevistados por centros de pesquisa de opinião. Desta vez a denúncia chega do Fundo da ONU para a Infância: Daniel Toole, diretor dos programas de emergência da Unicef disse ontem em uma entrevista coletiva em Genebra que ‘as crianças do Iraque vivem muito pior do que um ano atrás e certamente pior ainda do que três anos atrás’”. Este é o inicio de um artigo publicado no La Repubblica de 17 de julho.


Cúria/1
Félix del Blanco Prieto novo esmoler de Sua Santidade

No dia 28 de julho foi aceita a renúncia apresentada pelo arcebispo Oscar Rizzato, 78 anos, do cargo de Esmoler de Sua Santidade. Para o seu lugar foi nomeado o arcebispo espanhol Félix del Blanco Prieto, 70 anos, desde 2003 núncio apostólico em Malta e na Líbia. O novo esmoler, ordenado sacerdote em 1961, entrou para a diplomacia vaticana em 1968 e trabalhou nas representações pontifícias da Espanha, México, Argentina, Áustria. De 1988 a 1991 trabalhou na Secretaria de Estado, como segundo secretário do cardeal Agostino Casaroli. Em 1991 foi nomeado arcebispo e núncio apostólico em São Tomé e Príncipe e delegado apostólico em Angola. De 1996 a 2003 foi núncio em Camarões e Guiné Equatorial.


Cúria/2
Novo subsecretário para as Causas dos Santos

No dia 14 de julho monsenhor Marcello Bartolucci, 63 anos, foi nomeado subsecretário da Congregação para as Causas dos Santos. Nascido na região da Úmbria, Valfabbrica, perto de Perúsia e diocese de Assis, sacerdote de 1968, até agora era auxiliar de departamento da mesma congregação.


Cúria/3
Coadjutor de Lviv o segundo secretário do Papa

No dia 16 de julho, dom Mieczyslaw Mokrzycki, 46 anos, até agora segundo secretário do Pontífice, foi nomeado coadjutor do cardeal arcebispo de Lviv dos Latinos (na Ucrânia), Marian Jaworski. Mokrzycki nasceu na Polônia e foi ordenado sacerdote em 1987 pelo bispo Jaworski, na época administrador apostólico da arquidiocese de Lviv dos Latinos, com residência em Lubaczów na Polônia. Em 1991, com a retomada da arquidiocese de Lviv dos Latinos, passou para esta circunscrição eclesiástica. Depois de ter sido secretário do bispo Jaworski, Mokrzycki foi oficial da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos de 1995 a 1996, quando entrou em serviço junto à Secretaria particular de João Paulo II e, até hoje, de Bento XVI.


Cúria/4
Dois novos prelados auditores da Rota Romana

No dia 5 de maio foram nomeados dois novos prelados auditores do Tribunal da Rota Romana. Trata-se de monsenhor Alejandro Arellano Cedillo, 45 anos, até agora juiz da Rota da nunciatura apostólica em Madri e do indiano Michael Xavier Leo Arokiaraj, 48 anos, até agora chefe da chancelaria da Rota Romana.


História
Os mistérios de “Via Rasella”

O vaticanista Andrea Tornielli publicou há pouco tempo uma biografia de Pio XII (Pio XII. Eugenio Pacelli. Un uomo sul trono di Pietro, ed. Mondadori, Milão 2007). No Corriere della Sera de 28 de julho foi publicado um severo comentário do historiador Sergio Luzzatto, sobre o capítulo do livro dedicado ao massacre de Via Rasella, acontecido em 23 de março de 1944 em Roma, que causou o início da feroz represália que levou ao massacre das “Fosse Ardeatine”. A polêmica deu-se particularmente em relação aos mortos de Via Rasella. Segundo Tornielli as vítimas alemãs da bomba da resistência seriam “não combatentes”, enquanto que para Luzzatto o regimento das “SS Polizei Bozen, à qual estes pertenciam, participou dos episódios mais sangrentos da guerra contra a resistência na Itália”. No dia seguinte Tornielli, no mesmo jornal, especificava que as repressões contra a resistência foram causadas por outros batalhões “SS Bolzen”, pois o batalhão em questão, assim denominado somente depois do massacre, era composto por soldados italianos os quais, entre outras coisas, se recusaram de participar do crime das Fosse Ardeatine. Luzzatto, entretanto, confirmava para aqueles soldados a acusação de “colaboracionismo”.


Libreria Editrice Vaticana
Padre Giuseppe Costa novo diretor geral

A partir de 1º de julho a Libreria Editrice Vaticana tem um novo diretor geral. Trata-se do padre Giuseppe Costa, salesiano, que assume o lugar de seu coirmão padre Claudio Rossini. A nomeação foi publicada dia 24 de julho.
Padre Costa, ex diretor editorial da Società Editrice Internazionale (SEI), nasceu em Gela, na Sicília. Professor de jornalismo na Faculdade de Ciências da Comunicação da Pontifícia Universidade Salesiana (UPS) é autor de várias publicações sobre a comunicação radiofônica e televisiva e sobre a comunicação escrita. Entre estas podemos assinalar Dietro il giornale. Elementi di storia, teoria e pratica (Las, 2004), assim como Giornalismo. Teoria e pratica (Las, 2006) escrito junto com Angelo Paoluzzi.


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