30DIAS NA IGREJA E NO MUNDO
PENITENCIARIA APOSTÓLICA
O centro da confissão não é o nosso pecado, mas a misericórdia de Deus
A volta do filho pródigo, Rembrandt, água-forte, Pierpont Morgan Library, Nova York
TEOLOGIA
A Igreja não deve querer ser o sol, mas deve alegrar-se de ser a lua
Cristo representado com o semblante de Hélio (o Sol), Necrópole Vaticana, nas proximidades do túmulo de Pedro
A resenha do cardeal Koch assim se conclui: “O cardeal Kasper sabe que a renovação espiritual da Igreja, da qual hoje temos tanta necessidade, ‘só será possível mediante um novo Pentecostes’. Assim como aconteceu então, quando os discípulos reuniram-se junto com as mulheres que tinham seguido Jesus e rezaram incessante e unanimemente pela vinda do Espírito Santo, também hoje um novo Pentecostes poderá ser preparado somente através de intensas orações, pois ‘a Igreja do futuro será principalmente uma Igreja dos que oram’ (pág. 550). De fato, a oração é o lugar onde tem origem aquela alegria por Deus que o livro veterotestamentário de Neemia define como ‘a nossa força’. Somente dessa alegria por Deus pode crescer também a alegria pela Igreja, que não é aquele tipo de alegria que nós mesmos nos procuramos e que portanto raramente tem alguma consistência. A alegria vivida na fé cristã é aquela alegria que, em última análise, pode nos dar somente o Espírito. Tal alegria é o sinal distintivo de cada realidade cristã ao ponto que podemos dizer: lá onde há falta de alegria e triste irritabilidade, o espírito de Jesus certamente não está agindo”. O artigo do prelado foi publicado com o título Eclesiologia lunar.
DOM LUIGI GIUSSANI
Iniciado o processo de beatificação de Dom Luigi Giussani
Dom Luigi Giussani
Curtas
Deixai vir a mim as criancinhas, Carl Vogel von Vogelstein, Galeria de Arte Moderna, Florença
O cardeal Dolan: como crianças para anunciar a fé ao mundo
“O que nos mantém afastados da arrogância e da soberba do triunfalismo é o reconhecimento daquilo que nos ensinou o Papa Paulo VI na Evangelii nuntiandi: a própria Igreja precisa sempre ser evangelizada! Isso nos dá a humildade de admitir que nemo dat quod non habet, que a Igreja tem a profunda necessidade de uma conversão interior”. Essa é uma das passagens do discurso realizado dia 17 de fevereiro pelo arcebispo de Nova York, cardeal Timothy Michael Dolan, na introdução da jornada de oração e reflexão convocada pelo Papa para os membros do Colégio Cardinalício e os novos cardeais por ocasião do consistório de 18 de fevereiro. Depois, falando sobre a importância da alegria cristã, disse: “Um doente terminal de Aids no hospital Dom da Paz mantido pelas Missionárias da Caridade, na arquidiocese de Washington do cardeal Donald Werl, solicitou o batismo. Quando o sacerdote pediu-lhe uma expressão de fé ele sussurrou: ‘O que eu sei é que sou infeliz, e as irmãs, ao invés, são muito felizes mesmo quando as insulto ou cuspo nelas. Ontem finalmente perguntei-lhes qual o motivo de tanta felicidade. Elas responderam-me: ‘Jesus’. Eu quero este Jesus assim eu também posso ser feliz’. Um autêntico ato de fé, não é mesmo?”. E, terminando seu discurso, recordou: “Obrigado a vocês, Santo Padre e coirmãos, por terem suportado o meu italiano primitivo. Quando o cardeal Bertone pediu-me para falar italiano, fiquei preocupado porque falo italiano como uma criança. Mas depois lembrei de quando, muito jovem, logo depois da minha ordenação, eu ia dar aula de catecismo às crianças de seis anos e o meu primeiro pastor disse-me: ‘Agora veremos o fim que terá toda a tua teologia e se você consegue falar da fé como uma criança!’. E talvez seja conveniente concluir com este pensamento: precisamos anunciar novamente como uma criança a eterna verdade, a beleza e a simplicidade de Jesus e da sua Igreja”. O discurso do purpurado foi publicado no L’Osservatore Romano de 18 de fevereiro com o título Como crianças para anunciar a fé ao mundo.
Maria e João aos pés da cruz, detalhe da Crucificação, Giotto, Capela Scrovegni, Pádua
O cardeal Filoni: “É Jesus que nos coloca sob a proteção de Nossa Senhora”
No dia 19 de fevereiro, no início da celebração eucarística com os novos cardeais criados no consistório de 18 de fevereiro, Fernando Filoni, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, primeiro da lista dos novos cardeais, dirigiu algumas palavras de homenagem ao Santo Padre. Essa foi a conclusão apresentada no L’Osservatore Romano de 20-21 de fevereiro: “Coloquemos o nosso serviço cardinalício sob a proteção de Maria Mãe da Graça, aliás é o próprio Cristo que, do alto da cruz, nos coloca sob a Sua proteção materna: ‘Mulher, eis o teu filho! (João 19, 26)’. E pedimos a Ela, nossa Mãe, que venha a habitar entre nós”.
Igreja/1
Núncio Viganò encontra Obama
L’Osservatore Romano de 6-7 de fevereiro deu a notícia “do início da missão como núncio apostólico nos Estados Unidos” do arcebispo Carlo Maria Viganò. No artigo explica-se que no dia 18 de janeiro o novo núncio encontrou, na Sala Oval da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, o qual “recebeu-o com muita amabilidade, solicitando-lhe que logo transmitisse as suas saudações à Sua Santidade juntamente com os melhores votos pela sua alta missão. Depois o Presidente sublinhou a sua estima pela obra da Igreja Católica, não somente nos Estados Unidos da América, mas no mundo inteiro. Particularmente, evidenciou como a voz do Santo Padre e a atenção da Igreja Católica por todos os que sofrem pela pobreza, pela fome e pelas guerras, fazem da Santa Sé um importante parceiro dos Estados Unidos”.
Francesco Moraglia
O novo patriarca de Veneza: antes de tudo a oração
Quais são os seus programas para a nova missão? “Antes de tudo rezar”. Assim respondeu o novo Patriarca de Veneza, Dom Francesco Moraglia, em uma entrevista concedida ao Avvenire de 1º de fevereiro. Na mesma entrevista, à pergunta sobre como teria acolhido a sua nomeação, ocorrida no dia anterior, respondeu: “A primeira sensação foi a de me encontrar ‘lançado’ em uma situação totalmente nova, por isso, era impossível até mesmo tentar ‘imaginar’ o futuro. Por isso, posso dizer que acolhi a nomeação com um pouco de inquietude. Mas depois, diante do Senhor, disse a mim mesmo: com Ele, com a Sua ajuda, tudo se torna possível”.
Oriente Médio
Um ataque à Síria seria uma catástrofe para a Turquia
A possibilidade de um ataque militar americano contra a Síria? Seria apenas um blefe. É o que afirma em uma entrevista ao jornal Corriere della Sera de 9 de fevereiro Patrick Seale, jornalista britânico especialista em Oriente Médio e, em particular, em Síria. Eis a sua resposta: “A retirada do Iraque, o empenho há dez anos no Afeganistão, os incessantes raids no Paquistão, Iêmen, Somália, África Oriental. Washington corta os gastos da Defesa e desloca a atenção para a Ásia-Pacífico para deter a China. Creia, as possibilidades de ataque são um blefe: ninguém está pronto para entrar em um conflito que incendiaria toda a região. Isso foi dito também pela Turquia: seria uma verdadeira catástrofe”.
Irã
Dissuadir é menos catastrófico do que uma guerra preventiva
“Os oficiais israelenses nos explicam que nós americanos não podemos entender os seus temores: o Irã representa uma ameaça existencial para o seu país. Mas, na realidade, nós os entendemos muito bem, porque nós também tivemos que enfrentar uma experiência muito parecida. Depois da Segunda Guerra Mundial, quando a União Soviética construiu suas armas atômicas, os Estados Unidos foram tomados por um pânico que se arrastou por muitos anos. Tudo o que Israel diz hoje sobre o Irã nós dissemos sobre a União Soviética. A URSS representava aos nossos olhos um regime extremista e revolucionário, contrário a todos os nossos valores, decidido a revirar os governos ocidentais para instaurar o comunismo global. Para nós, Moscou era irracional, agressiva e desprezava totalmente a vida humana. Justamente como hoje Israel está abertamente considerando ações militares preventivas contra o Irã, muitos no Ocidente solicitavam intervenções semelhantes contra Moscou no final dos anos 1940”. São palavras do famoso jornalista americano Fareed Zakaria em um artigo publicado no Corriere della Sera de 19 de fevereiro. O texto assim se conclui: “No decorrer da última década, houve milhares de atentados suicidas causados por cidadãos de origem saudita, egípcia, libanesa, palestinos e paquistaneses, mas jamais houve um ataque semelhante feito por um cidadão iraniano. Mesmo se conseguisse fabricar armas nucleares rudimentares nos próximos anos, podemos ter certeza de que o Irã se lançaria por primeiro em um ataque suicida? ‘Israel deve enfrentar algumas escolhas como enfrentaram os Estados Unidos e Grã-Bretanha há mais de 60 anos atrás’, diz Gideon Rose, diretor de Foreign Affairs. ‘Israel também terá que admitir, espera-se, que é impossível garantir para si a segurança absoluta na era nuclear, e que não terá condições de atrasar ou danificar os programas nucleares dos seus inimigos, dissuadir é menos catastrófico do que uma guerra preventiva’”.
Colégio cardinalício
A morte de Bevilacqua. Os 80 anos de Saraiva e Zen. Criados 22 novos cardeais
No dia 31 de janeiro faleceu o cardeal Anthony Joseph Bevilacqua, 88 anos, de 1987 a 2003 arcebispo de Filadélfia, Estados Unidos. Em janeiro completaram 80 anos os cardeais José Saraiva Martins no dia 6 e Joseph Zen no dia 13.
Cúria
Nomeações na Penitenciaria Apostólica, na Congregação dos Bispos e na dos Religiosos e no Tribunal da Rota Romana
No dia 5 de janeiro, o arcebispo português Manuel Monteiro de Castro, 74 anos, foi nomeado penitenciário-mor; desde 2009 era secretário da Congregação para os Bispos.
Em 11 de janeiro, o arcebispo toscano Lorenzo Baldisseri, 71 anos, foi nomeado secretário da Congregação para os Bispos; desde 2002 era núncio no Brasil.
No dia 25 de janeiro, o monsenhor alemão Udo Breitbach, 52 anos, foi nomeado subsecretário do mesmo dicastério.
No dia 17 de dezembro, a irmã Nicoletta Vittoria Spezzati, 63 anos, nascida em San Severo, Foggia, foi nomeada subsecretária da Congregação para os Religiosos. Desde 2006 era oficial do dicastério.
No dia 30 de dezembro, Bento XVI nomeou dois novos auditores do Tribunal da Rota Romana. Trata-se do italiano padre Davide Salvatori, 40 anos, até agora vigário judicial adjunto junto ao Tribunal eclesiástico regional Flaminio de Bolonha, e do salesiano alemão Markus Graulich, 47 anos, até agora promotor de justiça junto ao Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.
Itália
Nomeações em Veneza, Cagliari, Cassano all’Ionio e Roma
No dia 9 de dezembro, dom Nunzio Galantino, 63 anos, foi nomeado bispo de Cassano all’Ionio, na Calábria. Nascido em Cerignola, na Apúlia, em 1972 foi ordenado sacerdote para a homônima diocese. Desde 2004 é responsável pelo Serviço Nacional para os Estudos Superiores de Teologia e de Ciências religiosas da Conferência Episcopal Italiana.
No dia 31 de janeiro, o bispo de La Spezia, Francesco Moraglia, 54 anos, foi promovido patriarca de Veneza.
Ainda no dia 31 de janeiro, o bispo de Sora, Filippo Iannone, 54 anos, carmelita, foi nomeado vice-gerente de Roma. Na mesma data os monsenhores Matteo Maria Zuppi e Lorenzo Leuzzi, ambos com 56 anos, foram nomeados auxiliares de Roma.
No dia 25 de fevereiro, dom Arrigo Miglio, 70 anos em julho, desde 1999 bispo de Ivrea (e nos 7 anos anteriores bispo de Iglesias), foi promovido arcebispo de Cagliari.
Diplomacia
Novos núncios nos Países Baixos, Armênia, Trinidad, Argentina, Brasil, Zâmbia, Ilhas Salomão e Ruanda
No dia 15 de dezembro, o arcebispo francês André Dupuy, 72 anos, foi nomeado núncio apostólico nos Países Baixos. Desde 2005 era representante pontifício junto à União Europeia e desde 2006 junto ao Principado de Mônaco.
Ainda no mesmo dia, o arcebispo eleito Marek Solczynski, 50 anos, nomeado núncio na Geórgia; dia 26 de novembro, tinha sido designado também representante pontifício na Armênia.
No dia 21 de dezembro, o arcebispo Nicola Girasoli, 54 anos, nomeado em 29 de outubro núncio em vários países das Antilhas, foi nomeado também representante pontifício em Trinidad e Tobago e em Barbados.
Em 5 de janeiro, o arcebispo suíço Emil Paul Tscherrig, 65 anos, foi nomeado núncio apostólico na Argentina; desde 2008 era representante na Escandinávia.
Em 27 de janeiro, foram nomeados novos núncios, dom Júlio Murat (turco, 50 anos, destinado à representação da Zâmbia), Santo Gangemi (siciliano, 50 anos, destinado às Ilhas Salomão), Luciano Russo (italiano da região da Campânia, 49 anos) ao qual foi atribuída a representação pontifícia em Ruanda.
No dia 10 de fevereiro, o arcebispo italiano da região da Campânia, Giovanni d’Aniello, 57 anos, foi nomeado novo núncio no Brasil, desde 2010 era representante pontifício na Tailândia.